UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Olaci da Costa Carvalho
Titulo Allah n'est pas obligé: vozes de resistência por meio das relações dialógicas no Pós-colonialismo
Orientador(a) Prof. Dr. Adalberto Luis Vicente
Data 31/07/2023
Resumo RESUMO
Transcorridos alguns anos do fim do processo de colonização em territórios africanos, indagamo-nos: o negro subalternizado africano subsaariano realmente adquiriu seu lugar de fala? Ou ainda, a partir dos aportes teóricos de Spivak (2010), pode o subalterno negro africano subasaariano falar? Se ele não fala, quem o cala? Se ele pode falar, como ele fala? Em que língua ele fala? E para quem ele fala? A presente tese de Doutorado objetiva abordar essas questões tendo como recorte o discurso de Birahima, personagem-testemunha da obra Allah n’est obligé (2000), do escritor marfinense Ahmadou Kourouma. Busca-se evidenciar como ocorrem o silenciamento e o apagamento negro e como Kourouma, mesclando a língua do colonizador (no caso, a língua francesa) e sua língua nativa (o malinké), mostra-nos, de maneira vociferante, como lutar contra essas formas de subalternidade. Por meio dessa mescla de línguas ocorre a escrita de resistência e a busca da instalação do diálogo e da ressonância no Outro como saída às situações de opressão e de imposições racistas muito próximas àquelas experimentadas no colonialismo e que ainda se instauram muito fortemente ainda hoje, mesmo que vivamos no chamado período pós-colonial. Destarte, visa-se analisar a temática aqui apresentada sob a ótica das teorias pós-colonialistas e do dialogismo.
Palavras - chave: Ahmadou Kourouma; Pós-colonialismo; Subalternidade; Dialogismo; Resistência.

RÉSUMÉ
Quelques années après la fin du processus de colonisation des territoires africains, on se pose la question : le subalterne noir subsaharien a-t-il vraiment acquis sa place de parole ? Ou encore, à partir des apports théoriques de Spivak (2010), le Noir subalterne subsaharien peut-il parler? S'il ne parle pas, qui le fait taire? S'il peut parler, comment parle-t-il? Quelle langue parle-t-il? Et à qui parle-t-il? La présente thèse de doctorat vise à répondre à ces questions, en prenant le discours de Birahima en tant que personnage témoin de l'ouvrage Allah n'est obligé (2000), de l'écrivain ivoirien Ahmadou Kourouma. On cherche à montrer comment s'opère le silence et l'effacement noir et comment Kourouma, en mêlant la langue du colonisateur (en l'occurrence, la langue française) et sa langue natale (le Malinké) nous montre, de manière véhémente, comment lutter contre ces formes de subalternité. À travers ce mélange de langages nait l’écriture de résistance et la recherche de l'installation du dialogue et de la résonance dans l'Autre comme issue de sortie de situations d'oppression et d'impositions racistes très proches de celles vécues dans le colonialisme et qui sont encore très fortement ancrées aujourd'hui, même que nous vivons dans la période dite postcoloniale. Ainsi, l'objectif est d'analyser le thème présenté ici du point de vue des théories postcoloniales et du dialogisme.
Mots-clés: Ahmadou Kourouma; Postcolonialisme; Subalternité; Dialogisme; Résistance.
Tipo Defesa-Doutorado
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APG 2.0
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