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Aluno(a) |
Fernanda Cristina Pirola |
Titulo |
A dialética do espelho: uma leitura do teatro genesíaco de Mário de Sá-Carneiro |
Orientador(a) |
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Data |
20/05/2011 |
Resumo |
Este projeto pretende situar as peças de teatro de Mário de Sá-Carneiro principalmente Amizade (1912), escrita em parceria com Tomás Cabreira Júnior, e Alma (1913), fruto de colaboração com António Ponce de Leão na gênese da sua poética. Trata-se de verificar a hipótese de que, escritas um pouco antes de 1913, essas peças dramáticas desempenharam um papel primordial na gestação da obra maior, de poesia e de ficção mais maduras, que o poeta de Orpheu publicaria em 1914 (Dispersão e A confissão de Lúcio). A análise das peças de teatro mostrará que, ostensivamente na sua temática, mas também já na forma dramática que as sustenta, nelas se faz presente a mesma dialética aqui chamada dialética do espelho que inspirou o jogo de duplos, de sombras, de identidades dissociadas que perpassam toda a obra literária posterior de Sá-Carneiro, evidentemente mais arrojada e mais moderna.
Com efeito, esse teatro apresenta-se, curiosamente, como um teatro de passagem ou de transição, que não rompe com o modelo naturalista os seus diálogos ainda são, convencionalmente, os do drama burguês, e as suas personagens ainda se relacionam entre si, embora possamos já detectar, aí, algo como um prenúncio do colapso das relações intersubjetivas , mas que se situa já na antecâmara, digamos assim, do teatro propriamente moderno. É que, ao compor personagens que se esforçam por ocultar a sua verdadeira face (ou os seus desejos mais secretos), Sá-Carneiro sugere já, ainda que muito timidamente, algo que estaria posteriormente explícito na sua poesia e na sua novelística mais maduras, mais arrojadas e decididamente modernas: a sua adesão à dialética da alma dissociada, do sujeito intermédio entre o Eu e o Outro.
Palavras-cheve: Teatro Português; Mário de Sá-Carneiro; Naturalismo; Modernismo; Duplo; Século XX. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
Texto Completo |
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