UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Rafaela Cardoso Beleboni
Titulo Traços impressionistas nos contos de Menalton Braff
Orientador(a)
Data 06/06/2007
Resumo Resumo


Nossa pesquisa de Mestrado procura apontar a permanência de traços impressionistas nos contos do livro premiado pelo Jabuti, em 2000, À sombra do cipreste (1999), de Menalton Braff. Para mostrar a construção dessas marcas na produção literária de Braff, recorremos a conceitos da teoria semiótica, sobretudo àqueles relacionados ao modo de presença da enunciação. A partir disso, pudemos depreender determinados elementos impressionistas presentes, sobretudo, nos contos “À sombra do cipreste”, “No dorso do granito”, “O banquete” e “Adágio Apassionato”. Dessa forma, há, na obra, do ponto de vista temático, a percepção do tempo e os ritos da memória, a relação do homem com o seu passado e o seu resgate numa situação do presente. Do ponto de vista formal, vários traços aparecem pontilhados. Sendo assim, há descrições sensoriais que dão cor, formato, som, gosto e cheiro às tensões, às dúvidas, às crises interiores das personagens que, na sua maioria, são sujeitos à flor da pele. Dentre as figuras sensoriais, a visão é predominante, figurativizada ponto-a-ponto pelos efeitos cromáticos, pelo circuito construído pelos olhares do narrador ou das personagens, pelo jogo de luz e sombra, a macro-figura impressionista recorrente na obra. A imagem criada torna-se, por meio do uso recorrente de figuras de linguagem, sugestiva. Em vários casos, há o efeito de borrão pontilhado, que indefine o objeto descrito para depois defini-lo.No entanto, esta pesquisa não se limita a desenvolver essa discussão. Procuramos, ainda, investigar, nos enunciados dos contos, as projeções da enunciação, evidenciadas nas entrevistas realizadas com o autor. Nesse sentido, procuramos contemplar quatro instâncias: a nossa leitura crítica de contos literários; a leitura do artista sobre a própria produção artística; o confronto entre essas duas leituras; o olhar do ficcionista diante do olhar crítico dirigido à sua obra.Os resultados obtidos neste trabalho apontam para consonâncias. Primeiro: encontramos, no enunciado dos contos, aquilo que o enunciador diz ter projetado, como o uso da lei das três unidades de Aristóteles, o emprego de figuras e técnicas impressionistas, a valorização estética como fator preponderante no texto. Por isso, procuramos mostrar, ao longo do trabalho, essas projeções da enunciação. Segundo: a leitura do ficcionista harmoniza-se, ao menos nos aspectos principais relacionados ao Impressionismo, com a leitura aqui proposta. Por conta das análises propostas, somadas a essa consonância de leituras, podemos acreditar que o enunciador Menalton Braff, enquanto imagem construída no enunciado, deixa marcas de sua existência: constrói seu lirismo, (re)criando, na contemporaneidade, uma narrativa híbrida, intimista, prenhe de traços impressionistas.

Palavras-chave: Conto.Impressionismo.Semiótica.Literatura contemporânea
Tipo Defesa-Mestrado
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APG 2.0
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