|
|
Aluno(a) |
Vitória Hellen Holanda Oliveira |
Titulo |
Adoles(ser) e perten(ser): o sofrimento emocional e sua relação com o sentimento de pertencimento escolar em adolescentes |
Orientador(a) |
Profa. Dra. Luciene Regina Paulino Tognetta |
Data |
24/01/2025 |
Resumo |
RESUMO
Pesquisas nacionais e internacionais indicam o aumento do sofrimento emocional entre adolescentes. Enquanto isso, a literatura destaca a importância do sentimento de pertencimento para o bem-estar de adolescentes, cuja identidade pessoal se fortalece pela inserção em grupos sociais. As pesquisas apontam as dificuldades das escolas em criar ambientes onde os estudantes se sintam pertencentes. Nossa pesquisa investigou a relação entre o sentimento de pertencimento escolar e a frequência de sofrimento emocional entre adolescentes brasileiros. Assim, a pergunta que fizemos enquanto problema de pesquisa foi: haverá uma relação entre a percepção de sentimento de pertencimento escolar e a frequência de sofrimento emocional manifestada por adolescentes de escolas brasileiras? Para responder a esse questionamento traçamos os seguintes objetivos primários: 1) investigar a frequência de sofrimento emocional autopercebida por adolescentes; 2) investigar o sentimento de pertencimento escolar autopercebido por adolescentes; 3) verificar se existe uma relação entre o sentimento de pertencimento escolar e a frequência do sofrimento emocional autopercebidos por adolescentes. E objetivos secundários: 1) verificar se existe diferença entre a frequência de sofrimento emocional e o sentimento de pertencimento escolar autopercebidos por adolescentes que autodeclaram diferentes cor/raça; 2) verificar se existe diferença entre a frequência de sofrimento emocional e o sentimento de pertencimento escolar autopercebidos por adolescentes que autodeclaram diferentes gêneros. Para isso, nossa pesquisa foi quantitativa, exploratória, descritiva e correlacional. Participaram estudantes escolhidas/escolhidos por conveniência, sendo 3.276 adolescentes do 7º ao 9º ano dos Anos Finais do Ensino Fundamental de escolas públicas e particulares brasileiras. O instrumento utilizado foi um questionário disponibilizado online, composto por perguntas fechadas divididas em três conjuntos de itens acerca do perfil das/dos participantes, sobre a percepção do sentimento de pertencimento escolar e, por fim, sobre a frequência de sofrimento emocional. Os resultados encontrados indicam um escore médio de sofrimento emocional moderado (24,62 pontos), com alguns casos extremos, próximos a 100 indicando que deve haver uma preocupação com o bem-estar de adolescentes em sofrimento. Sobre o sentimento de pertencimento, tínhamos uma preocupação preliminar por saber se o contexto seria determinante para definir as relações que encontraríamos; a análise multinível demonstrou que o tipo de escola explica pouca da variação no sentimento de pertencimento evidenciando que este pode ser constructo generalizável, o que possibilitou a continuidade das relações. O escore médio de pertencimento escolar foi alto (69,81 pontos). Constatou-se ainda que a percepção de pertencimento escolar está negativamente correlacionada ao sofrimento emocional, indicando assim que quanto maior o sentimento de pertencimento, menor a frequência de sofrimento emocional, confirmando nossa hipótese inicial. Adolescentes autodeclarados indígenas e não-cisgênero (trans e não-binários) relataram maior sofrimento emocional e menor sentimento de pertencimento, com destaque para as mulheres trans. Estudantes de escolas privadas apresentaram, em média, maior percepção de pertencimento à escola, mas também apresentaram casos mais extremos de ausência desse sentimento. Nossos resultados reforçam a necessidade da escola como espaço de bem-estar emocional para avançarmos na construção de uma cultura de paz.
Palavras-chave: Sofrimento emocional; Sentimento de pertencimento escolar; Adolescência; Educação Escolar; Psicologia Moral.
RESUMEN
Investigaciones nacionales e internacionales indican un aumento del sufrimiento emocional entre adolescentes. Mientras tanto, la literatura destaca la importancia del sentimiento de pertenencia para el bienestar de los adolescentes, cuya identidad personal se fortalece con la inserción en grupos sociales. Las investigaciones señalan las dificultades de las escuelas para crear entornos donde los estudiantes se sientan pertenecientes. Nuestra investigación examinó la relación entre el sentimiento de pertenencia escolar y la frecuencia del sufrimiento emocional entre adolescentes brasileños. Así, la pregunta que formulamos como problema de investigación fue: ¿existe una relación entre la percepción del sentimiento de pertenencia escolar y la frecuencia del sufrimiento emocional manifestado por adolescentes en escuelas brasileñas? Para responder a esta cuestión, establecimos los siguientes objetivos primarios: 1) investigar la frecuencia del sufrimiento emocional autopercibido por adolescentes; 2) investigar el sentimiento de pertenencia escolar autopercibido por adolescentes; y 3) verificar si existe una relación entre el sentimiento de pertenencia escolar y la frecuencia del sufrimiento emocional autopercibido por adolescentes. También establecimos objetivos secundarios: 1) verificar si existen diferencias entre la frecuencia del sufrimiento emocional y el sentimiento de pertenencia escolar autopercibido por adolescentes que se autodeclaran de diferentes colores/razas; 2) verificar si existen diferencias entre la frecuencia del sufrimiento emocional y el sentimiento de pertenencia escolar autopercibido por adolescentes que se autodeclaran de diferentes géneros. Nuestra investigación fue cuantitativa, exploratoria, descriptiva y correlacional. Participaron estudiantes seleccionados por conveniencia, con un total de 3.276 adolescentes de 7.º a 9.º grado de la Enseñanza Fundamental II en escuelas públicas y privadas brasileñas. El instrumento utilizado fue un cuestionario en línea compuesto por preguntas cerradas, divididas en tres bloques: perfil de los/las participantes, percepción del sentimiento de pertenencia escolar y frecuencia del sufrimiento emocional. Los resultados obtenidos indican un promedio moderado de sufrimiento emocional (24,62 puntos), con algunos casos extremos cercanos a 100, lo que sugiere la necesidad de prestar atención al bienestar de adolescentes en situación de sufrimiento. En cuanto al sentimiento de pertenencia, existía una preocupación preliminar sobre si el contexto sería determinante para definir las relaciones encontradas. El análisis multinivel mostró que el tipo de escuela explica poca variación en el sentimiento de pertenencia, evidenciando que este podría ser un constructo generalizable, lo que permitió continuar explorando las relaciones. El promedio del sentimiento de pertenencia escolar fue alto (69,81 puntos). Se constató que la percepción de pertenencia escolar está negativamente correlacionada con el sufrimiento emocional, indicando que a mayor sentimiento de pertenencia, menor frecuencia de sufrimiento emocional, confirmando así nuestra hipótesis inicial. Adolescentes autodeclarados indígenas y no cisgénero (trans y no binarios) reportaron mayor sufrimiento emocional y menor sentimiento de pertenencia, destacándose particularmente las mujeres trans. Estudiantes de escuelas privadas presentaron, en promedio, una mayor percepción de pertenencia escolar, aunque también registraron casos extremos de ausencia de este sentimiento. Nuestros resultados refuerzan la necesidad de que la escuela sea un lugar de bienestar emocional si queremos avanzar en la construcción de una cultura de paz.
Palabras clave: Malestar emocional; Sentimiento de pertenencia escolar; Adolescencia; Educación escolar; Psicología moral.
ABSTRACT
National and international research indicates an increase in emotional distress among adolescents. Meanwhile, the literature highlights the importance of a sense of belonging for adolescents' well-being, as their personal identity is strengthened through integration into social groups. Studies point to the challenges schools face in creating environments where students feel a sense of belonging. Our research investigated the relationship between the sense of school belonging and the frequency of emotional distress among Brazilian adolescents. Thus, our research question was: Is there a relationship between the perception of school belonging and the frequency of emotional distress reported by adolescents in Brazilian schools? To address this question, we outlined the following primary objectives: 1) to investigate the frequency of self-perceived emotional distress among adolescents; 2) to investigate the self-perceived sense of school belonging among adolescents; and 3) to determine whether there is a relationship between the sense of school belonging and the frequency of self-perceived emotional distress among adolescents. Additionally, we established secondary objectives: 1) to determine whether there are differences in the frequency of emotional distress and the sense of school belonging among adolescents who self-identify with different racial/ethnic groups; and 2) to determine whether there are differences in the frequency of emotional distress and the sense of school belonging among adolescents who self-identify with different genders. Our research was quantitative, exploratory, descriptive, and correlational. The participants were selected through convenience sampling, consisting of 3.276 adolescents from 7th to 9th grades in public and private Brazilian schools. The instrument usedwas an online questionnaire composed of closed-ended questions divided into three sections: participant profile, perception of school belonging, and frequency of emotional distress. The results indicated a moderate average level of emotional distress (24.62 points), with some extreme cases close to 100, suggesting a need for attention to the well-being of adolescents experiencing distress. Regarding the sense of belonging, we had a preliminary concern about whether the context would be a determining factor in shaping the relationships found. Multilevel analysis showed that the type of school accounted for little of the variation in the sense of belonging, suggesting that this may be a generalizable construct, which allowed us to further explore the relationships. The average score for school belonging was high (69.81 points). It was also found that the perception of school belonging is negatively correlated with emotional distress, indicating that the greater the sense of belonging, the lower the frequency of emotional distress, thereby confirming our initial hypothesis. Adolescents who self-identified as Indigenous or non-cisgender (trans and non-binary) reported higher emotional distress and a lower sense of belonging, with trans women standing out in particular. Students from private schools, on average, showed a higher perception of school belonging but also presented extreme cases of absence of this feeling. Our results reinforce the need for the school to be a place of emotional well-being if we are to make progress in building a culture of peace.
Keywords: Emotional distress; Feeling of belonging at school; Adolescence; School education; Moral psychology. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
Texto Completo |
|
|
|
|
|