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Aluno(a) |
Fernanda Issa de Barros |
Titulo |
Não te vejo, mas posso imaginar e sentir a tua dor: Quando a empatia atravessa os dispositivos digitais e alcança o coração - a cyberempatia! |
Orientador(a) |
Profa Dra Luciene Regina Paulino Tognetta |
Data |
29/08/2023 |
Resumo |
RESUMO
Compreendemos a importância da internet na vida das pessoas, as características positivas que esse meio oferece. Porém, para além das conquistas advindas do mundo virtual, muitos problemas de convivência permeiam esse lugar gerando um enorme sofrimento às pessoas. A exposição à violência se apresenta de forma mais intensa para esse sujeito, considerando o anonimato, durabilidade e a possibilidade de propagação dos conteúdos, aumentando essa dor consideravelmente. Por óbvio, tais problemas não surgiram devido esse meio de comunicação, mas caminharam para esse espaço. Diante dessa perspectiva, o sofrimento é menos percebido, uma vez que se faz necessário um maior esforço cognitivo para reconhecer o problema alheio. Portanto, como tornar as relações virtuais mais sensíveis? Será que a empatia pode ser um fator potencialmente eficaz para tais situações? Estaremos diante de um novo conceito – a cyberempatia? A partir dessas inquietações surgiu nosso problema de pesquisa: Os adolescentes demonstram cyberempatia na convivência virtual? Para responder tal indagação, esta investigação contou com 3 objetivos: a) verificar as situações de maior e menor evidência desse sentimento; b) identificar se existe diferença nos scores de cyberempatia demonstrados por meninas e meninos na convivência virtual; c) averiguar se existe diferença entre os scores de cyberempatia demonstrados por adolescentes entre 11 a 14 anos e 15 a 17 anos. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de caráter descritivo, e pode ser classificada como de campo. Para isso, utilizamos uma amostra inicial de 3.471 adolescentes, divididos em 1.992 estudantes de escolas públicas e 1.479 alunos da rede privada do estado de São Paulo. Todos são alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, com idades que variam entre 11 a 17 anos. Para o levantamento das informações foi utilizado um questionário no formato on-line, através da plataforma Google Forms. A construção do instrumento se deu por meio de outros dois instrumentos já existentes. Um deles foi elaborado no início de 2020 por membros do GEPEM e tratava de sentimentos e ações que promoveriam a convivência virtual entre adolescentes durante a pandemia. Outro instrumento utilizado para construir os itens de cybempatia foi a Escala da Empatia Multidimensional (RICHAUD; LEMOS; OUROS, 2013) que também foi usado para aplicação na Argentina, por Moreno, Segatore e Tabulo (2019), baseado no modelo da neurociência cognitiva social de Decety e Jackson (2004). O recorte ao qual se refere esta investigação contou com perguntas fechadas em duas seções: a) perfil dos participantes b) itens de cyberempatia. Os resultados encontrados mostram que os adolescentes se sensibilizam mais por pessoas conhecidas do que desconhecidas; a dimensão cognitiva é fundamental para conseguir imaginar os sentimentos alheios que estão atrás da tela. Encontrou-se também que as meninas são mais empáticas que os meninos, e não encontramos diferenças no nível de empatia entre as idades (11 e 14) e (15 a 17). Contudo, salientamos que esse resultado pode ser por limitação das análises. Sendo assim, como implicações pedagógicas dessa pesquisa, decorre a imprescindível formação de professores para utilizar o espaço escolar como um lugar de potência para desenvolver a cyberempatia nos jovens.
Palavras-chave: Empatia; cyberempatia; cyberagressão; cyberconvivência; escola; internet.
ABSTRACT
We understand the importance of the internet in people's lives and the positive characteristics that it provides. However, besides the accomplishments from the virtual world, many coexistence problems are present on this virtual world, causing a lot of suffering to people. The violence exposure presents itself more extensively to this subject, taking into account the anonymity, the durability and the possibility of spreading these contents, considerably increasing this pain. Obviously, such problems did not start because of this mean of communication but migrated to this space. From this perspective, the suffering is less perceived once it’s necessary a higher cognitive effort to acknowledge the problem. Therefore, how to make virtual relations more sensible? Could empathy be a potentially effective factor for these situations? We will be facing a new concept – cyberempathy. From this concern came our research problem: Have teenagers been showing cyberempathy online? To answer this question, this investigation had 3 objectives: a) to verify the situations where this feeling is more or less evident; b) to verify if there are any differences between girls and boys cyberempathy’s score; c) to verify if there are any differences in cyberempathy scores among teenagers from 11 to 14 and 15 to 17 years old. This is an exploratory research with descriptive nature and can be classified as being field research. It was used an initial sample of 3471 teenagers split among 1992 public school students and 1479 private school students from the state of São Paulo. All students are enrolled on the final years of elementary school, with ages varying from 11 to 17 years old. To gather the information, an online survey questionnaire was used through Google Forms platform. The creation of the procedure was done through two other existing procedures. One of them was created in the beginning of 2020 by members of GEPEM and was about feelings and actions that would enable a virtual interaction between teenagers during the pandemic. Another resource used to generate the items about cyberempathy was the Multidimensional Empathy Scale (RICHAUD; LEMOS; OUROS, 2013), that were also applied in Argentina by Moreno, Segatore and Tabulo (2019), based on the social cognitive neuroscience model from Decety and Jackson (2004). The part which this investigation refers to consisted of closed questions, divided into two sections: a) participants profile; b) cyberempathy items. The results show that teenagers empathizes more with known people than with strangers; The cognitive dimension is key to be able to imagine one’s feelings behind a screen. The results also showed that girls are more empathetic than boys and there was no difference on empathy levels between ages (11 and 14) and (15 to 17). Therefore, with the pedagogical implications of this research, it is essential that teachers learn in their education to utilize the school space as a potential place to develop cyberempathy in the youth.
Keywords: Empathy; cyberempathy; cyberaggression; cybercoexistence; school; internet.
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Tipo |
Defesa-Mestrado |
Texto Completo |
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