UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Valéria Biondo
Titulo Franklin e seus aforismos educativos: um modo de existência e de conduta moral e da racionalização da sexualidade
Orientador(a) Profa Dra Maria Regina Momesso
Data 01/09/2023
Resumo RESUMO
Benjamin Franklin é uma figura emblemática, complexa e representativa de poder – exemplo de cidadão com inteligência social, patriarca da liberdade –, da ética e da moral protestante baseadas numa conduta de vida racional, em que seu estilo de existência se propõe ao trabalho como sinônimo da energia vital do homem, de expressão de liberdade e de dignidade humana ao negar o ócio: uma vida corporal, de prazeres e comodidades, ou seja, a negação da sexualidade sem fins de procriação, os sentimentos, as emoções em detrimento de se conseguir ler e viver a realidade racionalmente. A construção desse “novo” modo de existência em sociedade parece escamotear a sexualidade, compreendida em seu sentido amplo, como um dispositivo que entrelaça complexos mecanismos que geram desconforto. Segundo Foucault, em A Microfísica do Poder, a sexualidade é um comutador que nenhum sistema moderno de poder pode dispensar. Nesse modelo de perfeição moral construído por Franklin, onde se encontra o dispositivo da sexualidade que realiza trocas, que produz discursos como verdades? Em que práticas discursivas e de si constitui(em)-se a(s) subjetividade(s) de Franklin que serve(m) de figura exemplar de conduta a ser seguida hodiernamente? Assim, objetivase investigar as práticas discursivas e de si que constituíram a(s) subjetividade(s) e a sexualidade (ou seu silenciamento) franklinianas e tomadas como modelo de práticas discursivas e de modo(s) de existência(s) por meio de aforismos, citações do pensamento de Franklin na contemporaneidade por usuários de redes sociais, tais como o Twitter, o LinkedIn e o YouTube. A pesquisa é baseada na Análise de Discurso, sob o método arqueogenealógico foucaultiano, com foco no terceiro domínio, denominado Genealogia da Ética, com o intuito de problematizar e analisar os discursos enquanto práticas. Nesse caso, as práticas de subjetivação – de objeto, da produção do/pelo outro e das relações de trabalho consigo mesmo. A análise se realiza a partir da escrileitura discursiva genealógica foucaultiana da obra Autobiografia de Benjamin Franklin, observando e problematizando o pensamento do autor e seu modelo de perfeição moral e quais práticas e técnicas de si são elaboradas para construção de sua estética de existência, bem como a forma como isso molda a ideia do “novo homem” contemporâneo. Em seguida, identifica no momento presente a representatividade e a influência do pensamento frankliniano nas redes sociais e como os aforismos, citações, epígrafes de Benjamin Franklin são apropriadas pelos usuários e se tornam práticas discursivas e de si na produção de verdades e subjetividades com vistas a uma educação de si e a transformação do sujeito contemporâneo no reflexo das ações de outrem. A escrileitura e a análise discursiva da Autobiografia de Franklin apontam que as práticas de si aplicadas por Benjamin tomam a “escrita de si” como ferramenta do governamento de si de forma a racionalizar a sexualidade em detrimento do trabalho como energia vital e expressão de liberdade, bem como de respeito à dignidade humana. Os resultados demonstram as heterogeneidades e dispersões das relações do sujeito/usuário das redes sociais buscando por meio de práticas discursivas e de si de Franklin construírem suas subjetividades que são simulacros de modos de existência idealizados e racionalizados por outrem, assim, buscam autoeducar-se, automodelar-se numa perspectiva racional em que tempo é dinheiro e cada um é o empreendedor de si mesmo, relegando a sexualidade como algo não relevante à pulsão de vida.
Palavras-Chave: Genealogia da Ética; Escrita de Si; Práticas de Subjetivação; Sexualidade.

ABSTRACT
Benjamin Franklin is an emblematic, complex and representative figure of power, an example of a citizen with social intelligence, patriarch of freedom, of Protestant ethics and morals based on a rational conduct of life, in which his style of existence proposes to work as a synonym of the vital energy of man, of expression of freedom and human dignity by denying idleness: a bodily life, of pleasures and amenities, that is, the denial of sexuality without the purpose of procreation, feelings, emotions to the detriment of being able to read and live reality rationally. The construction of this “new” mode of existence in society seems to conceal sexuality, understood in its broadest sense, as a device that intertwines complex mechanisms that generate discomfort. According to Foucault, in The Microphysics of Power, sexuality is a switch that no modern system of power can do without. In this model of moral perfection built by Franklin, where is the device of sexuality that performs exchanges, that produces discourses as truth? In what discursive practices and of itself does Franklin's subjectivities serve as an exemplary figure of conduct to be followed today? The objective is to investigate the discursive practices and of the self that constituted Franklinian subjectivity(ies) and sexuality (or its silencing) and taken as a model of discursive practices and mode(s) of existence(s) through aphorisms, citations of Franklin's thought in contemporary times by users of social networks, such as Twitter, LinkedIn and YouTube. The research is based on Discourse Analysis, under the Foucauldian archeogenealogical method, focusing on the third domain, called Genealogy of Ethics, with the aim of problematizing and analyzing discourses as practices. In this case, the practices of subjectivation – of the object, of the production of/by the other and of work relations with oneself. The analysis is based on Foucault's genealogical discursive writing of Benjamin Franklin's Autobiography, observing and questioning the author's thought and his model of moral perfection and what practices and techniques of the self are elaborated to build his aesthetics of existence, as well as how this shapes the idea of the contemporary "new man". Then, it identifies in the present the representativeness and influence of Franklinian thought in social networks and how Franklin's aphorisms, quotes, epigraphs are appropriated by users and become discursive practices and of themselves in the production of truth and subjectivities with a view to an education of the self and the transformation of the contemporary subject in the reflection of the actions of others. The writing-reading and discursive analysis of Franklin's Autobiography point out that the self-practices he applied take "self-writing" as a tool of self-government in order to rationalize sexuality to the detriment of work as vital energy and expression of freedom, as well as respect for human dignity. The results demonstrate the heterogeneities and dispersions of the subject/user relations of social networks, seeking through Franklin's discursive practices to build their subjectivities as simulacra of modes of existence idealized and rationalized by others, thus seeking to self-educate, to model themselves in a rational perspective in which time is money and each one is his own entrepreneur, relegating sexuality as something not relevant to the drive of life.
Keywords: Genealogy of Ethics; Self writing; Subjectivation Practices; Sexuality.

RESUMEN
Benjamín Franklin es una figura emblemática, compleja y representativa del poder – ejemplo de ciudadano con inteligencia social, patriarca de la libertad–, de ética y moral protestantes basadas en una conducta de vida racional, en la que su estilo de existencia propone el trabajo como sinónimo de la energía vital del hombre, de expresión de la libertad y de la dignidad humana mediante la negación de la ociosidad: una vida corporal, de los placeres y las comodidades, es decir, la negación de la sexualidad sin fines de procreación, de los sentimientos, de las emociones en detrimento de poder leer y vivir la realidad. racionalmente La construcción de este “nuevo” modo de existencia en sociedad parece encubrir la sexualidad, entendida en su sentido más amplio, como un dispositivo que entrelaza complejos mecanismos generadores de malestar. Según Foucault, en La microfísica del poder, la sexualidad es un interruptor del que ningún sistema moderno de poder puede prescindir. En este modelo de perfección moral construido por Franklin, ¿dónde está el dispositivo de la sexualidad que realiza intercambios, que produce discursos como verdades? ¿En qué prácticas discursivas y por sí misma(s) constituye(n) la(s) subjetividad(es) de Franklin que sirve como figura ejemplar de conducta a seguir hoy? El objetivo es investigar las prácticas discursivas y del yo que constituyeron la(s) subjetividad(es) y la sexualidad franklinianas (o su silenciamiento) y tomadas como modelo de prácticas discursivas y modo(s) de existencia a través de aforismos, citas del pensamiento de Franklin en la contemporaneidad por usuarios de redes sociales, como Twitter y YouTube. La investigación se basa en el Análisis del Discurso, bajo el método arqueogenealógico foucaultiano, centrándose en el tercer dominio, denominado Genealogía de la Ética, con el objetivo de problematizar y analizar los discursos como prácticas. En este caso, las prácticas de subjetivación – del objeto, de la producción del/por el otro y de las relaciones de trabajo con uno mismo. El análisis parte de la escritura discursiva genealógica de Foucault sobre la Autobiografía de Benjamin Franklin, observando y cuestionando el pensamiento del autor y su modelo de perfección moral y qué prácticas y técnicas del yo se elaboran para construir su estética de la existencia, así como también cómo esto configura la idea del “hombre nuevo” contemporáneo. Luego, identifica en el momento actual la representatividad e influencia del pensamiento frankliniano en las redes sociales y cómo los aforismos, citas, epígrafes de Franklin son apropiados por los usuarios y se convierten en prácticas discursivas y de sí mismos en la producción de verdades y subjetividades con miras a una educación del yo y la transformación del sujeto contemporáneo en el reflejo de las acciones de los demás. La escritura-lectura y el análisis discursivo de la Autobiografía de Franklin apuntan que las auto prácticas aplicadas por Benjamin toman la “autoescritura” como herramienta de autogobierno para racionalizar la sexualidad en detrimento del trabajo como energía vital y expresión de la libertad, así como del respeto a la dignidad humana. Los resultados demuestran las heterogeneidades y dispersiones de las relaciones sujeto/usuario de las redes sociales, buscando a través de las prácticas discursivas y del yo de Franklin construir sus subjetividades que son simulacros de modos de existencia idealizados y racionalizados por otros, buscando así autoformarse, modelarse en una perspectiva racional en la que el tiempo es dinero y cada uno es su propio empresario, relegando la sexualidad como algo no relevante a la pulsión de vida. Palabras clave: Genealogía de la Ética; Escritura propia; Prácticas de Subjetivación; Sexualidad.

RÉSUMÉ
Benjamin Franklin est une figure emblématique, complexe et représentative du pouvoir – exemple de citoyen à l'intelligence sociale, patriarche de la liberté –, de l'éthique et de la morale protestantes fondées sur une conduite rationnelle de la vie, dans laquelle son style d'existence se propose de travailler comme synonyme d'énergie vitale de l'homme, d'expression de la liberté et de la dignité humaine en niant l'oisiveté : une vie corporelle, des plaisirs et des commodités, c'est-à-dire la négation de la sexualité sans but de procréation, des sentiments, des émotions au détriment de la lecture et vivre rationnellement la réalité. La construction de ce « nouveau » mode d'existence en société semble occulter la sexualité, entendue dans son sens le plus large, comme un dispositif entremêlant des mécanismes complexes générateurs d'inconfort. Selon Foucault, dans La Microphysique du pouvoir, la sexualité est un interrupteur dont aucun système de pouvoir moderne ne peut se passer. Dans ce modèle de perfection morale construit par Franklin, où est le dispositif de la sexualité qui opère des échanges, qui produit des discours comme des vérités? Dans quelles pratiques discursives et à elles seules constitue(nt) la (les) subjectivité(s) de Franklin qui sert de figure exemplaire de conduite à suivre aujourd’hui? L'objectif est d'enquêter sur les pratiques discursives et de soi qui ont constitué la ou les subjectivité(s) et la sexualité (ou son silençage) franklinienne(s) et pris comme modèle de pratiques discursives et de mode(s) d'existence(s) à travers des aphorismes, des citations de la pensée de Franklin à l'époque contemporaine par les utilisateurs des réseaux sociaux, tels que Twitter et YouTube. La recherche est basée sur l'analyse du discours, selon la méthode archéogénéalogique foucaldienne, en se concentrant sur le troisième domaine, appelé généalogie de l'éthique, dans le but de problématiser et d'analyser les discours en tant que pratiques. En l'occurrence, les pratiques de subjectivation – de l'objet, de production de/par l'autre et de rapport de travail à soi. L'analyse est basée sur l'écriture discursive généalogique de Foucault de l'Autobiographie de Franklin, observant et questionnant la pensée de l'auteur et son modèle de perfection morale et quelles pratiques et techniques de soi sont élaborées pour construire son esthétique de l'existence, ainsi que comment cela façonne l'idée de "l'homme nouveau" contemporain. Ensuite, il identifie dans l'instant présent la représentativité et l'influence de la pensée franklinienne dans les réseaux sociaux et comment les aphorismes, citations, épigraphes de Franklin sont appropriés par les usagers et deviennent des pratiques discursives et d'eux-mêmes dans la production de vérités et de subjectivités en vue d'une éducation de soi et de la transformation du sujet contemporain dans la réflexion des actions d'autrui. L'écriture-lecture et l'analyse discursive de l'Autobiographie de Franklin soulignent que les pratiques de soi appliquées par Benjamin prennent « l'auto-écriture » comme outil d'auto-gouvernement afin de rationaliser la sexualité au détriment du travail comme énergie vitale et expression de la liberté, ainsi que du respect de la dignité humaine. Des résultats montrent les hétérogénéités et les dispersions des relations sujet/usager des réseaux sociaux, cherchant à travers les pratiques discursives et le moi de Franklin à construire leurs subjectivités qui sont des simulacres de modes d'existence idéalisés et rationalisés par d'autres, cherchant ainsi à s'auto-éduquer, à se modeler dans une perspective rationnelle où le temps c'est de l'argent et chacun est son propre entrepreneur, reléguant la sexualité comme quelque chose qui n'a rien à voir avec la pulsion de vie.
Mots clés: Généalogie de l'Ethique; Auto-écriture; Pratiques de subjectivation; Sexualité.
Tipo Defesa-Doutorado
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APG 2.0
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