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Aluno(a) |
Raul Alves de Souza |
Titulo |
Cyberagressão e pró-socialidade virtual entre adolescentes |
Orientador(a) |
Profa Dra Luciene Regina Paulino Tognetta |
Data |
18/04/2023 |
Resumo |
RESUMO
As interações online estão cada vez mais presentes e impactam a convivência de adolescentes e jovens no cenário global. Temos enfrentado inúmeros problemas e desafios advindos das relações virtuais e das possibilidades que esse meio oferece. Em tempos de escolas sem paredes, tais problemas de convivência se interpenetram juntamente com as manifestações perturbadoras e violentas no cotidiano escolar e se tornam, mais do que nunca, um conteúdo a ser tratado nessa instituição cuja responsabilidade é também, garantida por lei, possibilitar a aprendizagem de formas mais positivas de conviver. Nesta direção, estudos atuais têm indicado que o combate às violências, ao bullying e demais problemas dessa ordem devem passar pela promoção de atitudes que promovam e fomentem a boa convivência são imprescindíveis. Por essa razão, desenvolver o sentimento de empatia como uma resposta afetiva de compreensão do estado emocional do outro a ponto de agir em seu benefício, manifestando assim, um comportamento pró-social, parece ser condição em tempos atuais. Compreendido como uma atitude voluntária e intencional de ajuda a outrem sem a necessidade de benefícios pessoais, o comportamento pró-social tem se mostrado importante aprendizagem, portanto, nas instituições que educam. E no cyberespaço? Tal indagação leva-nos a nosso problema de pesquisa: Como se manifestam os comportamentos pró-sociais entre adolescentes na vida virtual? Haverá correspondência entre comportamentos pró-sociais e os problemas de convivência percebidos pelos adolescentes em ambiente virtual? Entender como se dá a manifestação dos comportamentos pró-sociais em ambientes virtuais é o grande objetivo dessa pesquisa. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de caráter descritivo e conta com quatro estudos, divididos nos seguintes objetivos: Primeiro Estudo – Percepção dos adolescentes sobre sua participação nos problemas de cyberconvivência. Objetivos: 1. Identificar a prevalência e a forma de participação dos adolescentes nos problemas de cyberconvivência – autores, alvos e espectadores. 2. Verificar se há correspondência entre a atuação dos adolescentes (autores, alvos e espectadores) e as questões de gênero (meninas e meninos). 3. Verificar se há correspondência entre a atuação dos adolescentes (autores, alvos e espectadores) e as questões de raça (pessoas brancas e não brancas). 4. Verificar se há correspondência entre a atuação dos adolescentes (autores, alvos e espectadores) entre alunas e alunos de escolas públicas e privadas. Segundo Estudo – Percepção dos comportamentos pró-sociais entre adolescentes. Objetivos: 5. Construir uma escala psicométrica para a pró-socialidade virtual. 6. Comparar a prevalência de comportamento prósocial virtual entre meninas e meninos. 7. Comparar a prevalência de comportamento pró-social virtual entre adolescentes de dois grupos de faixas etárias distintas: Grupo 1 (11 a 14 anos) e Grupo 2 (15 a 17 anos). 8. Comparar a prevalência de comportamento pró-social virtual e a participação em situações de cyberagressão: autores x “não-autores”; alvos x “não-alvos”; espectadores x “não-espectadores”.Terceiro Estudo – Validação dos instrumentos de Cyberempatia (CE) e Pró-Socialidade Virtual (PSV). Objetivos: 9. Encontrar evidências de validade estatísticanum instrumento de medida para avaliar a cyberconvivência entre adolescentes a partir do constructo de Pró-Socialidade Virtual (PSV) por meio de análise fatorial exploratória (AFE) e coeficientes de consistência interna (Alpha de Cronbach – α). 10. Encontrar evidências de validade estatísticanum instrumento de medida para avaliar a cyberconvivência entre adolescentes a partir do constructo de Cyberempatia (CE) por meio de análise fatorial exploratória (AFE) e coeficientes de consistência interna (Alpha de Cronbach – α). Quarto Estudo – Comparação entre os escores de cyberempatia e pró-socialidade virtual.Objetivo: 11. Comparar os escores de cyberempatia e pró-socialidade virtual entre os adolescentes. Participaram dessa investigação 3.471 adolescentes, divididos em 1.992 estudantes de escolas públicas e 1.479 alunos da rede privada do Estado de São Paulo. Todos os alunos fazem parte dos anos finais do Ensino Fundamental, com idades que varia entre 11 e 17 anos. Para o levantamento das informações foi utilizado um questionário no formato online, através da plataforma Google Forms. O instrumento de investigação foi adaptado e construído por pesquisadores do GEPEM e contou com 44 perguntas fechadas e foi dividido em 4 partes: 1) Perfil dos participantes; 2) Tipologia das cyberagressões vivenciadas pelos adolescentes; 3) Mensurar os níveis de cyberempatia e 4) Mensurar os níveis de pró-socialidade virtual. Como resultados dessa pesquisa, pudemos observar que, com relação as cyberagressões, o perfil da pessoa envolvida precisa ser levado em consideração. Alunos de escola privada se envolvem mais nesse tipo de situação, assim como meninas têm um envolvimento mais grupal, quanto meninos, mais individualizado, através de ofensas e insultos. Para nossa amostra, não há diferença entre qual raça/etnia o adolescente se identifica. Conseguimos demonstrar evidências de validade estatística, em ambos os instrumentos (CE) e (PSV) através da A.F.E. e do coeficiente Alpha de Cronbach. Sobre o comportamento pró-social virtual, percebemos que meninas possuem escores mais altos de PSVdo que meninos e que não há diferença entre os grupos de faixas etárias (11 a 14 anos e 15 a 17 anos).
Palavras-chave: Cyberagressão; Cyberempatia; Pró-Socialidade Virtual; Adolescentes.
ABSTRACT
Online interactions are increasingly present and impact the coexistence of adolescents and young people on the global stage. We have faced numerous problems and challenges arising from virtual relationships and the possibilities that this medium offers. In times of schools without walls, such coexistence problems interpenetrate together with the disturbing and violent manifestations in the school routine and become, more than ever, a content to be dealt with in this institution whose responsibility is also, guaranteed by law, to enable the learning more positive ways of living together. In this direction, current studies have indicated that the fight against violence, bullying and other problems of that order must go through the promotion of attitudes that promote and foster good coexistence are essential. For this reason, developing the feeling of empathy as an affective response of understanding the emotional state of the other to the point of acting on their behalf, thus manifesting a prosocial behavior, seems to be a condition in current times. Understood as a voluntary and intentional attitude of helping others without the need for personal benefits, pro-social behavior has proven to be an important learning process, therefore, in the institutions that educate. And in cyberspace? This question leads us to our research problem: How are prosocial behaviors manifested among adolescents in virtual life? Will there be a correspondence between prosocial behaviors and problems of coexistence perceived by adolescents in a virtual environment? Understanding how prosocial behavior manifests itself in virtual environments is the main objective of this research. It is an exploratory, descriptive research and has four studies, divided into the following objectives: First Study – Adolescents' perception of their participation in cyber-living problems. Objectives: 1. To identify the prevalence and form of participation of adolescents in problems of cyber coexistence – authors, targets and spectators. 2. Check if there is correspondence between the actions of adolescents (authors, targets and spectators) and gender issues (girls and boys). 3. Check if there is correspondence between the actions of adolescents (authors, targets and spectators) and issues of race (white and non-white people). 4. Check if there is correspondence between the performance of adolescents (authors, targets and spectators) between female and male students from public and private schools. Second Study – Perception of prosocial behaviors among adolescents. Objectives: 5. Build a psychometric scale for virtual pro-sociality. 6. Compare the prevalence of virtual prosocial behavior between girls and boys. 7. Compare the prevalence of virtual prosocial behavior among adolescents from two different age groups: Group 1 (11 to 14 years old) and Group 2 (15 to 17 years old). 8. Compare the prevalence of virtual prosocial behavior and participation in cyberaggression situations: authors x “non-authors”; targets x “non-targets”; spectators x “non-spectators”. Third Study – Validation of the Cyberempathy (CE) and Virtual Pro-Sociality (PSV) instruments. Objectives: 9. To find evidence of statistical validity in a measurement instrument to assess cyber coexistence among adolescents based on the construct of Virtual Pro-Sociality (PSV) through exploratory factor analysis (EFA) and internal consistency coefficients (Cronbach's Alpha – α). 10. Find evidence of statistical validity in a measurement instrument to assess cyber coexistence among adolescents based on the Cyberempathy construct (CE) through exploratory factor analysis (EFA) and internal consistency coefficients (Cronbach's Alpha – α). Fourth Study – Comparison between cyberempathy and virtual pro-sociality scores. Objective: 11. To compare cyberempathy and virtual pro-sociality scores among adolescents. 3,471 adolescents participated in this investigation, divided into 1,992 students from public schools and 1,479 students from private schools in the State of São Paulo. All students are part of the final years of Elementary School, aged between 11 and 17 years. For the collection of information, an online questionnaire was used through the Google Forms platform. The research instrument was adapted and built by GEPEM researchers and had 44 closed questions and was divided into 4 parts: 1) Participants' profile; 2) Typology of cyberaggressions experienced by adolescents; 3) Measuring levels of cyberempathy and 4) Measuring levels of pro-virtual sociality. As a result of this research, we were able to observe that, with regard to cyberaggressions, the profile of the person involved needs to be taken into account. Private school students are more involved in this type of situation, as well as girls have a more group involvement, the boys, the more individualized, through offenses and insults. For our sample, there is no difference between which race/ethnicity the adolescent identifies with. We were able to demonstrate evidence of statistical validity, in both instruments (CE) and (PSV) through the A.F.E. and Cronbach's alpha coefficient. Regarding virtual prosocial behavior, we noticed that girls have higher PSVthan boys and that there is no difference between age groups (11 to 14 years old and 15 to 17 years old).
Keys Words: Cyberaggression; Cyberempathy; Virtual Pro-Sociality; Teenagers.
RESUMEN
Las interacciones en línea están cada vez más presentes e impactan la convivencia de adolescentes y jóvenes en el escenario global. Nos hemos enfrentado a numerosos problemas y desafíos derivados de las relaciones virtuales y las posibilidades que ofrece este medio. En tiempos de escuelas sin paredes, tales problemas de convivencia se interpenetran junto con las manifestaciones perturbadoras y violentas en la rutina escolar y se convierten, más que nunca, en un contenido a tratar en esta institución cuya responsabilidad es también, garantizada por la ley, posibilitar la aprender maneras más positivas de vivir juntos. En esta dirección, estudios actuales han señalado que la lucha contra la violencia, el bullying y otros problemas de ese orden debe pasar por la promoción de actitudes que promuevan y fomenten la buena convivencia son fundamentales. Por ello, desarrollar el sentimiento de empatía como respuesta afectiva de comprender el estado emocional del otro hasta el punto de actuar en su nombre, manifestando así una conducta prosocial, parece ser una condición en los tiempos actuales. Entendida como una actitud voluntaria e intencional de ayudar a los demás sin necesidad de beneficios personales, la conducta prosocial ha demostrado ser un importante proceso de aprendizaje, por tanto, en las instituciones que educan. ¿Y en el ciberespacio? Esta pregunta nos lleva a nuestro problema de investigación: ¿Cómo se manifiestan las conductas prosociales entre los adolescentes en la vida virtual? ¿Existirá una correspondencia entre las conductas prosociales y los problemas de convivencia percibidos por los adolescentes en un entorno virtual? Comprender cómo se manifiesta la conducta prosocial en entornos virtuales es el objetivo principal de esta investigación. Se trata de una investigación exploratoria, descriptiva y cuenta con cuatro estudios, divididos en los siguientes objetivos: Primer Estudio – Percepción de los adolescentes sobre su participación en los problemas del cibervivir. Objetivos: 1. Identificar la prevalencia y forma de participación de los adolescentes en problemas de ciberconvivencia – autores, destinatarios y espectadores. 2. Verificar si existe correspondencia entre las acciones de los adolescentes (autores, destinatarios y espectadores) y las cuestiones de género (niñas y niños). 3. Verificar si existe correspondencia entre las acciones de los adolescentes (autores, destinatarios y espectadores) y las cuestiones de raza (blancos y no blancos). 4. Verificar si existe correspondencia entre la actuación de los adolescentes (autores, target y espectadores) entre estudiantes mujeres y varones de escuelas públicas y privadas. Segundo Estudio – Percepción de conductas prosociales entre adolescentes. Objetivos: 5. Construir una escala psicométrica para la prosocialidad virtual. 6. Comparar la prevalencia de conductas prosociales virtuales entre niñas y niños. 7. Comparar la prevalencia de conducta prosocial virtual entre adolescentes de dos grupos de edad diferentes: Grupo 1 (11 a 14 años) y Grupo 2 (15 a 17 años). 8. Comparar la prevalencia de conducta prosocial virtual y participación en situaciones de ciberagresión: autores x “no autores”; objetivos x “no objetivos”; espectadores x “no espectadores”. Tercer Estudio – Validación de los instrumentos Ciberempatía (CE) y Pro-Socialidad Virtual (PSV). Objetivos: 9. Encontrar evidencias de validez estadística en un instrumento de medida para evaluar la ciberconvivencia entre adolescentes basado en el constructo Pro-Socialidad Virtual (PSV) mediante análisis factorial exploratorio (AFE) y coeficientes de consistencia interna (Alfa de Cronbach -α). 10. Encontrar evidencias de validez estadística en un instrumento de medida para evaluar la ciberconvivencia entre adolescentes basado en el constructo Ciberempatía (CE) mediante análisis factorial exploratorio (AFE) y coeficientes de consistencia interna (Alfa de Cronbach – α). Cuarto estudio: comparación entre ciberempatía y puntajes de sociabilidad pro-virtual. Objetivo: 11. Comparar puntuaciones de ciberempatía y sociabilidad pro-virtual entre adolescentes. Participaron de esta investigación 3.471 adolescentes, divididos en 1.992 alumnos de escuelas públicas y 1.479 alumnos de escuelas privadas del Estado de São Paulo. Todos los alumnos forman parte de los últimos años de la Enseñanza Primaria, con edades comprendidas entre los 11 y los 17 años. Para la recolección de la información se utilizó un cuestionario en línea a través de la plataforma Google Forms. El instrumento de investigación fue adaptado y construido por investigadores del GEPEM y contó con 44 preguntas cerradas y se dividió en 4 partes: 1) Perfil de los participantes; 2) Tipología de las ciberagresiones experimentadas por los adolescentes; 3) Medir niveles de ciberempatía y 4) Medir niveles de sociabilidad pro-virtual. Como resultado de esta investigación, pudimos observar que, en lo que respecta a las ciberagresiones, se debe tener en cuenta el perfil de la persona involucrada. Los alumnos de colegios privados se implican más en este tipo de situaciones, así como las chicas tienen una implicación más grupal, los chicos, los más individualizados, a través de ofensas e insultos. Para nuestra muestra, no hay diferencia entre con qué raza/etnia se identifica el adolescente. Pudimos demostrar evidencias de validez estadística, en ambos instrumentos (CE) y (PSV) a través del A.F.E. y el coeficiente alfa de Cronbach. En cuanto a la conducta prosocial virtual, notamos que las niñas tienen mayor PSVque los niños y que no hay diferencia entre grupos de edad (11 a 14 años y 15 a 17 años).
Palabras clave: Ciberagresión; Ciberempatía; Prosocialidad Virtual; Adolescentes.
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Tipo |
Defesa-Doutorado |
Texto Completo |
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