UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Maria José da Silva Fernandes
Titulo Problematizando o trabalho do professor coordenador pedagógico nas escolas públicas paulistas
Orientador(a)
Data 25/10/2004
Resumo Os esforços investidos nesta pesquisa foram direcionados para a contextualização e a compreensão da função de professor coordenador pedagógico no Estado de São Paulo, criada nas escolas públicas em 1996. Apoiando-nos em uma pesquisa que analisou documentos da Secretaria de Educação (inclusive legislação), materiais produzidos por entidades representativas dos professores e uma bibliografia relacionada à história da educação, procuramos elucidar a trajetória percorrida pela coordenação pedagógica. Por outro lado, analisamos as dificuldades e possibilidades de trabalho do professor coordenador pedagógico nas escolas da rede estadual de ensino recorrendo às pesquisas recentes que foram produzidas sobre o tema. A análise realizada permite afirmar que na Secretaria Estadual de Educação de São Paulo existe uma distinção legal entre os cargos de coordenador pedagógico e supervisor em relação à função de professor coordenador pedagógico, sendo que nos dois primeiros casos as atribuições funcionais são cumpridas por um “expert”, um especialista formado em Pedagogia, enquanto que o professor coordenador é um par, um igual que realiza seu trabalho no interior das escolas e convive diariamente com as dificuldades e conflitos presentes no cotidiano. A função de professor coordenador pedagógico, que se apresentou como novidade nas reformas educacionais da década de 1990, tem uma trajetória anterior que nos permite evidenciar que em outros momentos onde ocorreram movimentos de inovação pedagógica e de reformas educacionais ela também esteve presente. A análise das pesquisas sobre o professor coordenador pedagógico nos permitiu uma aproximação com o cotidiano vivenciado nas escolas e nos levou a afirmar que os PCPs convivem com dificuldades impostas pelas próprias condições de trabalho adversas a que são submetidos. Algumas dificuldades vivenciadas pelos PCPs e apontadas pelas pesquisas são obstáculos decisivos para esse trabalho, como por exemplo: o desvio de função, a ausência de identidade, a falta de um território próprio de atuação no ambiente escolar, o isolamento do trabalho cotidiano, a deficiência na formação pedagógica, a convivência com uma rotina de trabalho burocratizada, a utilização da função na veiculação, imposição e defesa de projetos da Secretaria de Educação, a presença de traços autoritários e julgadores e a fragilidade de procedimentos para a realização de trabalhos coletivos. A partir da pesquisa realizada, concluímos que a presença dos professores coordenadores pedagógicos está inserida em um contexto contraditório marcado pelo jogo sutil que existe entre as reformas educacionais dos anos 90 e a presença de uma visão progressista de educação, herança dos anos 80. É neste jogo entre o tecnicismo e a re-significação do papel dos professores que se situa atualmente a coordenação pedagógica.
Tipo Defesa-Mestrado

APG 2.0
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