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Aluno(a) |
Marcelo Augusto Totti |
Titulo |
Raízes do Pensamento Educacional de Fernando de Azevedo |
Orientador(a) |
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Data |
30/05/2003 |
Resumo |
O trabalho tem o objetivo de desenhar o cenário e as tramas que cercaram a atuação de Fernando de Azevedo entre os anos de 1920 e o início da década de 1940, no intuito de apresentar algumas das fontes filosóficas do pensamento do autor e o modo como estas foram por ele recontextualizadas. Assim, na década de 1920, discute-se a origem do movimento educacional renovador e, em especial, a criação da Associação Brasileira de Educação (A.B.E.), quando dois grupos passaram a disputar a hegemonia no campo educacional: os católicos, que defendiam o ensino religioso e a educação privada, e os renovadores, que sustentavam a educação pública e o ensino laico. Fernando de Azevedo integrou-se ao grupo dos renovadores, realizando o Inquérito de 1926, em que propôs, como solução para a instrução pública paulista e brasileira, a educação das elites e o incentivo à educação das massas. Na década de 1930, analisa-se a constituição do Ministério da Educação e o acirramento das divergências entre católicos e renovadores, as quais atingiram o auge na IV Conferência Nacional de Educação, que deu origem ao Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, o qual expressou a defesa da educação pública, do ensino laico, da descentralização do ensino e da criação de uma universidade com autonomia. Redigido por Azevedo, o Manifesto viabilizou a vitória dos renovadores, concretizada na V Conferência Nacional de Educação. Com a ditadura estadonovista, porém, o movimento renovador entrou em declínio. Os militares ganharam terreno, chefiando o departamento de educação física e intervindo na educação por meio do ideário da segurança nacional, enquanto os católicos passaram a ter influência decisiva no governo, com Alceu de Amoroso Lima alçado à condição de principal interlocutor do ministro Capanema. Além disso, o Estado Novo adotou medidas contrárias às teses escolanovistas, como os subsídios às escolas particulares e a instalação do ensino religioso facultativo nas escolas públicas. Nesse quadro político adverso, quando vários intelectuais eram cooptados pelo Estado Novo, Fernando de Azevedo publicou, em 1940, o livro Sociologia Educacional, no qual retomou vários ideais do Manifesto, promovendo aprofundamentos metodológicos e conciliando escolas de pensamento aparentemente distintas. Tendo em vista esse cenário, o presente trabalho busca mostrar que, tanto no Manifesto quanto em Sociologia Educacional, Fernando de Azevedo promoveu a recontextualização de determinados pensadores para articular uma concepção própria de democracia. Em John Dewey, buscou as formulações de liberdade, espontaneidade e vida democrática. De Émille Durkheim, aproveitou a noção de ciência como instrumento capaz de abordar a educação como fenômeno social. A estratégia recontextualizadora azevediana consistiu em promover adaptações teóricas visando a elaboração de um pensamento democrático genuíno. Para isso, adequou certos componentes das teses deweyanas e durkheimianas no intuito de propor uma educação que viesse transformar a realidade social brasileira de sua época, segundo princípios de justiça, liberdade e democracia. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
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