UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Maria Cecília Arantes Nogueira Ravagnani
Titulo Fracasso Escolar: o discurso de professores de ciências no contexto das propostas da nova LDB
Orientador(a)
Data 03/05/2001
Resumo O presente trabalho destinou-se a investigar como professores de Ciências de duas escolas estaduais de Ribeirão Preto estão reagindo à proposta da progressão continuada, e quais as concepções que eles têm sobre fracasso/sucesso escolar no contexto das reformas educacionais que estão sendo implantadas na rede pública de ensino a partir da LDB de 1996. As questões de fundo desta pesquisa foram as seguintes: 1) As reformas educacionais que vêm sendo implementadas irão contribuir para o aumento do fracasso escolar? 2) Como os professores estarão avaliando seus alunos para poder constatar o sucesso ou o fracasso de seu trabalho? 3) A progressão continuada irá contribuir para o sucesso escolar? 4) O professor está sendo preparado para essas reformas? 5) Como os alunos estão se comportando diante das reformas? Para investigar nosso tema, empregamos a entrevista informal, tomando como sujeitos nove professores de Ciências de 5a a 8a séries da rede estadual de ensino da cidade de Ribeirão Preto - SP. O roteiro de entrevista continha questões acerca de fracasso/sucesso escolar, progressão continuada e avaliação do rendimento. Os resultados mostram que os professores não se sentem preparados para as mudanças que estão ocorrendo com a implantação das novas propostas, mais especialmente, a de progressão continuada, e avaliam a implantação das mudanças geralmente de modo negativo, principalmente com relação à autoridade do professor e à disciplina dos alunos em sala de aula. O trabalho discute os resultados à luz da bibliografia levantada, o que permite algumas conclusões iniciais. Os professores estão perdidos, precisando de maior preparo para lidar com as novas propostas, principalmente com a progressão continuada, justamente por causa da ausência de apoio teórico e técnico. Eles não querem aceitar a expressão "progressão continuada" e continuam a se referir à medida como "promoção ou aprovação automática" ou, no máximo, "promoção continuada". Eles não rejeitam o sistema de avaliação, mas sim a falta de reprovação. Sentimos um certo saudosismo nos depoimentos dos professores, um desejo pea volta de uma escola autoritária, a escola de antigamente. A concepção de fracasso escolar continua a mesma no discurso dos professores: o fracasso é do aluno. As normas dos documentos oficiais e a LDB falam em autonomia dos Estados e das escolas para implantar as propostas, mas o professores reclamam da falta de autonomia que têm tanto os diretores quanto eles próprios para implementar as reformas. Não é, portanto, de estranhar a angústia que os professores estão sentindo, mais uma vez, após mais uma reforma. Além da imposição de medidas que implicam em retirar-lhes a autoridade (e às vezes o respeito), vêem-se despojados, em parte, de sua função como profissionais e agentes nas decisões que interessam à escola.
Tipo Defesa-Mestrado

APG 2.0
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