UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Maisa Helena Ravanini Fick
Titulo GRITOS DO PODER E ECOS DA RESISTÊNCIA: a condicionalidade da educação nos processos de subjetivação do Plano Brasil Sem Miséria.
Orientador(a) Prof. Dr. Carlos Roberto da Silva Monarcha
Data 22/01/2015
Resumo RESUMO

Este trabalho se propõe a discutir a condicionalidade da educação do Plano Brasil Sem Miséria e do Bolsa Família e sua implicação nos processos de subjetivação da população pobre. A pobreza vem sendo alvo das políticas de Estado há décadas por condenar milhões de brasileiros à condição de miséria e precarização da vida. Paralelamente a este cenário, disseminam-se discursos que condicionam a população pobre à situação de vulnerabilidade social, embasados por uma suposta tendência à criminalidade. A intervenção na população pobre, portanto, é legitimada, dentre outros motivos, pelo controle de suas virtualidades, isto é, do que pode vir a fazer. Dentre as práticas exercidas em nossa sociedade para este controle, a condicionalidade da educação apresenta-se como se estivesse a serviço do direito – pois um dos sustentáculos da condicionalidade é o acesso e a garantia a direitos – e da paz – pois o interesse de governar a vida mostra-se como se estivesse a serviço do governado. Desse modo, as coerções presentes no exercício de poder sobre a vida são sutilmente reconfiguradas em dispositivos de controle, tornando-as quase imperceptíveis, dada sua capacidade de interpenetração na vida. Esses dispositivos agem na captura, na modelização, na disciplinarização do que se tornou o coração do capitalismo contemporâneo: a subjetividade. A produção de subjetividade, constituída a partir de sua relação com o mundo e, neste caso, com a educação e seus contornos atuais, reconfigura-se, sobretudo quando o contexto do capitalismo globalizado preza pela capacidade inventiva do sujeito, por sua inteligência e flexibilidade. A educação, como uma das condicionalidades das políticas de distribuição de renda, intervém tanto no indivíduo com seu aparato disciplinar quanto na população com sua tecnologia biopolítica. Essa mesma vida, que é visada em seu processo de produção e reprodução pelo poder, é a que pode resistir: ao poder sobre a vida resistimos com a potência da vida. Para tanto, propõe-se discutir a educação e sua produção de subjetivação a partir dos princípios anarquistas de um projeto de educação libertária, que permita destruir as hierarquias, autoritarismos, relações de dominação e exploração que enfraquecem a vida por separá-la do que ela pode, por afastá-la de seu processo de expansão. Desse modo, as valiosas contribuições de Foucault, Deleuze e Guattari, Bakunin, Fuganti, Hardt e Negri, dentre outros autores, são o ponto de partida para o exercício de composição deste trabalho que pretende culminar em aberturas para a produção de vida no presente.


Palavras-chave: Condicionalidade. Educação. Subjetividade. Plano Brasil Sem Miséria. Anarquismo.



ABSTRACT

This paper aims to discuss the Brazil Without Poverty Plan and the Bolsa Família conditionality of education and its implication in subjective processes of the poor. Poverty has been the target of state policies for decades to condemn millions of Brazilians to the condition of misery and precariousness of life. Alongside this scenario, spread up speeches that affect the poor to social vulnerability, based on a supposed tendency to crime. The intervention on the poor is legitimate, among other reasons, for control of its potentiality, that is, of what may be done. Among the activities carried out in our society to this control, the conditionality of education is presented as though it were serving the right – as one of the pillars of conditionality is access and guarantee the rights – and peace – for the interest of ruling life shows up as though it were serving the governed. Thus, the constraints present in the exercise of power over life are subtly reconfigured in control devices, making them almost imperceptible, given its interpenetration capacity in life. These devices act in the capture, the modeling, the disciplining of what has become the heart of contemporary capitalism: subjectivity. The production of subjectivity, constituted from their relationship with the world and in this case, to education and its current contours, reconfigures itself, especially when the context of globalized capitalism values the inventiveness of the subject, for their intelligence and flexibility. Education, as one of the conditionalities of the income distribution policies, intervenes in both the individual with his disciplinary apparatus as in the population with its biopolitics technology. This same life, which is the target in the process of production and reproduction for power, is the one that can resist: the power over life resist with the power of life. We propose to discuss education and its production of subjectivity from the anarchist principles of a libertarian education project, which is capable of destroying the hierarchies and authoritarianism, relations of domination and exploitation that weaken the life to separate her from her can, for distancing it from its expansion process. Thus, the generous contributions of Foucault, Deleuze and Guattari, Bakunin, Fuganti, Hardt and Negri, among other authors, are the starting point for the composition of exercise of job you want to culminate in openings for the production of life in the present.


Keywords: Conditionality. Education. Subjectivity. Brazil Without Poverty Plan. Anarchism.
Tipo Defesa-Mestrado
Texto Completo

APG 2.0
Copyright 2014 (c) UNESP - Faculdade de Ciências e Letras do Campus de Araraquara