UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Patricia Cristine Pereira
Titulo Educação Sexual familiar e religiosidade nas concepções sobre masturbação de jovens evangélicos
Orientador(a) Profª Drª Ana Claudia Bortolozzi Maia
Data 14/08/2014
Resumo O presente trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva que teve por objetivo investigar as concepções sobre masturbação de jovens religiosxs e a educação sexual recebida pela família, religião e escola sobre o tema na percepção dxs mesmxs. A coleta de dados se baseou na confecção de um diário de campo e um roteiro de entrevista, contendo questões abertas distribuídas em blocos temáticos: Família; Princípios religiosos; Sexualidade, práticas sexuais, opinião da família e religião; Escola e Situações projetivas e contou com a participação de oito jovens. Os resultados mostraram que os/as jovens conceberam que a masturbação seria uma forma de obter prazer sem o parceiro (a) do sexo oposto; alívio de tensão e autoconhecimento. Percebeu-se que especialmente a família não abordou o tema de forma direta, ensinando-o de forma indireta por meio da educação do que seria a expressão sexual correta. O assunto só foi abordado pela escola de dois participantes. Nesses casos, a prática foi referida como normal e positiva para o desenvolvimento. De modo indireto o assunto era tema de conversas masculinas, com propagação de dúvidas e mitos. Na opinião de alguns/mas participantes, segundo a igreja, a masturbação seria pecado por tratar-se de um respeito aos planos de Deus, que criou a sexualidade para ser desfrutada de forma conjugal. Outras opiniões sugeriram que a masturbação não seria pecado, mas uma impureza que poderia levar ao pecado. Com base no relato dos/as participantes, tanto a religião quanto a família ensinaram que a sexualidade para ser correta aos olhos de Deus deveria ser genital, conjugal, heterossexual e adulta. Por meio do relato dxs jovens percebeu-se que às mulheres são destinadas as precauções e orientações de não provocar o homem; não fazê-lo pecar. Ao mesmo tempo, aos homens existe um discurso mais condescendente às “falhas”. As divergências entre as opiniões pessoais e valores familiares e religiosos advieram do conhecimento científico e a influência de amigos e mídia, motivo pelo qual se defende que a escola é o espaço ideal para trabalhar temas relacionados à sexualidade. Nesse sentido, elucidar as concepções que as pessoas carregam e quais os discursos estão na base dessa construção tem o intuito de pensar possibilidades de trabalho que façam xs alunxs refletirem de forma crítica a respeito dos valores e concepções por eles assimilados.
PALAVRAS-CHAVE: Masturbação. Educação sexual. Religiosidade. Sexualidade. Gênero.

ABSTRACT

The present dissertation is a descriptive qualitative study which aimed to investigate the conceptions of religious young people concerning to masturbation and the perceptions of them about how their sex education received by family, religion and school was. The data collection was based on a diary making and on an interview guide in which discursive questions were divided into thematic blocks: Family; Religious principles; Sexuality; Sexual practices; Family and religious opinion; School and projective situations. The study had eight participants. The results showed that they conceived masturbation as a way to get pleasure without an opposite sex partner, stress relief and self-knowledge. It was noticed that family, specially, did not approach the issue straightly. In this case, masturbation was taught indirectly through the education of what should be the right expression of sexuality. Only two participants had the issue addressed by school. In these particular cases, the practice was referred as common and positive for development. Indirectly, the subject was approached on men’s conversations accompanied by a wide spread of doubts and myths. In some participants’ view, according to the church, masturbation would be a sin because it is a disrespect of God’s plan, which created sexuality to be enjoyed by married people. Other opinions suggest that masturbation was not a sin, but a dirty which could lead to sin. Based on the reports of the participants, both, religion and family, affirm that sexuality, based on God’s will, should be genital, marital, heterosexual and adult. By reporting was noticed that young women have received the precautions and guidelines not to provoke men; not leading them to sin. Simultaneously, men have received a more patronizing speech about their “failures”. Divergences between personal opinions and family and religious values were derived from scientific knowledge and the influence of friends and media, which is why, it is discussed that the school is the ideal place to work on sexuality topics. The authors believe elucidating the concepts that people carry with them and which discourses are behind this construction intends to think about effective projects that could help students to reflect in a further critical manner about their sexual education.
KEY WORDS: Masturbation. Sexual education. Religiosity. Sexuality. Gender.
Tipo Defesa-Mestrado
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APG 2.0
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