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Aluno(a) |
Waldemar Marques Junior |
Titulo |
Esporte escolar e emancipação humana: reflexões à luz da ontologia marxiana |
Orientador(a) |
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Data |
08/03/2012 |
Resumo |
O presente estudo tem como objetivo refletir sobre as possibilidades emancipadoras do esporte escolar com base na ontologia marxiana. Primeiramente, realizamos um estudo teórico-conceitual articulando duas dimensões do desenvolvimento humano. Na dimensão filogênica, apresentamos as principais categorias da ontologia do ser social de Lukács sintetizadas por Lessa sobre a gênese do ser humano a partir do trabalho (relação homem-natureza teleologia/causalidade produzindo objetivações) e desta a gênese do mundo dos homens: os demais complexos sociais religião, filosofia, ciência, arte, jogo etc. Enfatizamos como essa processualidade dialética singular-universal determina o particular e o mundo dos homens pelo trabalho concreto mas também produziu contraditoriedades: divisão da sociedade em classes, trabalho abstrato, valores de troca e estranhamentos. Buscamos compreender o jogo como reflexo do trabalho que funda o reino da liberdade e sua evolução ao esporte articulação reflexa com a sociedade capitalista. Apresentamos ainda a gênese e a evolução do jogo no desenvolvimento ontogênico com base na psicologia histórico-cultural de Vigotski e colaboradores. Constatamos que o jogo é essencialmente situação imaginária e regras/objetivos que evolui da condição de situação imaginária explícita e regras/objetivos implícitos (jogo protagonizado) à condição de regras/objetivos explícitos e regras implícitas (jogo com regras). Constatamos que o jogo protagonizado surge na idade pré-escolar como atividade principal do desenvolvimento da criança e funda a zona de desenvolvimento iminente potencializando o desenvolvimento das funções psicológicas superiores no nível da imaginação na ação. Provavelmente o jogo é o complexo que inaugura a infância da humanidade e consubstancia o impulso à generecidade da ontologia lukacsiana. Concluímos que o esporte jogo com regras universalizadas/institucionalizadas é o jogo em sua forma autônoma que se originou como reflexo de uma atividade utilitária. De posse desses conceitos refletimos sobre: 1) as limitações da análise fenomênica do esporte pelas principais abordagens sociológicas; 2) as propostas de ensino do esporte nas principais abordagens críticas da Educação Física escolar brasileira (crítico-emancipatória e crítico-superadora); e, 3) o Programa Comunitário de Educação Desportiva (Proced) que coordenamos desde 1994. Demonstramos como nosso estudo sobre esporte e emancipação humana se refletiu tanto no desenvolvimento do Proced como em nossa evolução teórico-metodológica. Analisamos como o Proced superou o esporte para cidadania (emancipação política) pelo esporte para si (emancipação humana). Por fim, defendemos o ensino do esporte tanto pela sua importância na dimensão orgânica (primeira natureza) como pela técnica (segunda natureza) forma de consciência corporal que, dialeticamente, incorpora e supera a dimensão biológica por meio de vivências mediadas ontologicamente. Tal mediação significa demonstrar que o trabalho liberta o homem da natureza e o jogo liberta o homem do trabalho, mas que em uma sociedade dirigida pela lógica do capital o esporte ao transformar-se em mercadoria reproduz de forma fetichizada o culto do rendimento e do espetáculo valores essenciais do capitalismo. Portanto, o ensino do esporte para a emancipação humana deve fundamentalmente demonstrar a necessidade de superação dessa sociedade que, por um lado, limita sua apropriação à grande maioria dos seres humanos e, por outro, desumaniza sua vivência, bem como a das demais objetivações genéricas.
Palavras-chave: Jogo/Esporte Escolar. Emancipação Humana. Ontologia Marxiana.
ABSTRACT
The present study aimed to analysis the possibilities of Humain emancipation through the school Sport Education based on the Marxs Ontology. Firstly we made a theoretical-conceptual study associating two dimension of humain development.
In a phylogenic we presented the main cathegories of Lukács Ontology, concerning to the concept of social being synthetised by Lessa, about the humain genesys occurred through the work (the relationship between Man-Nature by the articulation teleology/causality that creates objectivations) and from this genesys of the Mens World: all the others social spheres Religion, Philosophy, Science, Art, game etc. We place some emphasys on the way that contractions appear into this process and how this arrangement results in more than only fragmented social institutions/organizations, founded in an abstract work that has as results exchange value and disconfort feelings (obstacles for the Humanization). We intended to conceive the game like a mirror of the work that founds the freedom kingdom and its evolution to the sport reflexive articulation with the capitalist society. In another dimension we work on a genesys and evolution of the game into an ontogenic development refering to the cultural-historical psychology of Vigotski and his collaborators. We could notice that the game is essentially an imaginary situation and rules/goals that progresses from an explicit imaginary situation with implicit rules and goals (standardized games) to rules/goals explicit and implicit rules game (game with rules). We realized that a standartized game comes up during the preschool age as a main activity of the children development and it settles the imminent development zone bringing potencial to the development of higher psychological fonctions related to the imagination in the action. The game is the set that improves the imagination of the childhood in the action and we see it as an evidence to identify the impulso à generecidade notion of Lukács Ontology. The conclusion of this study definies sport as a game with universal and institutionalized rules what means the automonous game form came up as an utilitary activity reflect. Based on these concecpts we work on: 1) Limitations found in the phenomenic analysis of the sport according to the main Sociology approches; 2) the propositions of the Sport Education according to the most important critical approches in Sport Education classes in Brazil (critical-emancipatory and critical-overcoming); e 3) the communitary program of Sport Education called Programa Comunitário de Educação Desportiva (Proced) managed since 1994. We show how our research about Sport and emancipation could be reflected in the development of Proced as well as in our theoretical-methodological evolution. Our analysis reveals the way that Proced changed from sport to the cityzenship (political emancipation) to sport to himself (humain emancipation). Finally, we support the sport because of its matter related to the organical dimension (first nature) as well for the technique (second nature) a kind of corporeal conciousness that incorporates and overcomes the biological dimension dialectically, through ontologically mediated experiences. Such mediation means to demonstrate that the work releases the man from the Nature as well as the game releases the man from work, however the sport becomes a product in a capitalist society it reproduces the performance cult as well the spectacle cult in a fetichized way essential values for Capitalism. In other words, the sport teaching for the Humain emancipation must show the need of overcoming of the society that, in one hand, restricts the appropriation possibility to a little part of the Humain beings, and in another hand, desumanizes their experiences, as well for all the others generic objectivations to himself.
Keywords: Game/School Sport. Humain Emancipation. Mar´x Ontology. |
Tipo |
Defesa-Doutorado |
Texto Completo |
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