|
|
Aluno(a) |
Saulo Fantato Moscardini |
Titulo |
Trabalho Docente com alunos com deficiência intelectual em salas comuns e no atendimento educacional especializado: análise do processo inclusivo |
Orientador(a) |
|
Data |
29/09/2011 |
Resumo |
Tendo em vista a importância que as questões inerentes ao processo de inclusão escolar assumem no debate educacional contemporâneo, essa pesquisa se propõe a observar como a escolarização do aluno com deficiência intelectual vem se estruturando no bojo do movimento inclusivo, identificando o significado que o trabalho com conteúdos acadêmicos assume tanto no contexto regular de ensino, quanto nas propostas de atendimento especializado oferecidas a essas pessoas. As particularidades presentes nas práticas docentes desenvolvidas nesses contextos também serão analisadas de modo a identificar se essas iniciativas podem suprir as demandas educacionais, possibilitando a evolução cognitiva dessa população. Foram selecionados quatro alunos que se encontravam matriculados no primeiro ciclo do ensino fundamental de uma escola pertencente a rede municipal de ensino de uma cidade do interior paulista, identificados com deficiência intelectual pelas professoras especialistas responsáveis pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE). Essa investigação, de caráter qualitativo, é um estudo descritivo que se valeu, ao longo do processo de coleta de dados, da observação e da análise das atividades realizadas pelos alunos durante o período no qual frequentavam o ensino fundamental e o AEE. As informações foram organizadas em um Diário de Campo, sendo que, em um segundo momento, construiu-se categorias analíticas que possibilitaram o agrupamento dos dados coletados. Os resultados destacam o distanciamento existente entre o ensino fundamental e o Atendimento Educacional Especializado, o que impossibilita a estruturação de propostas comuns de trabalho que possam contribuir para o desenvolvimento cognitivo do aluno com deficiência. Essas realidades são pautadas pela oferta de atividades fragmentadas e extremamente simples que contribuem superficialmente para o progresso acadêmico da criança em situação de inclusão, haja vista a inexistência de iniciativas que procurem promover a adaptação curricular necessária para que esse público possa realizar as tarefas propostas tendo as suas singularidades respeitadas. No que se refere ao ensino fundamental, as tarefas propostas para a criança com deficiência são notadamente diferentes daquelas realizadas pelo restante da sala, apresentando um patamar de complexidade que pouco se aproxima dos exercícios próprios ao nível de ensino no qual esse indivíduo se encontra. As relações estabelecidas entre os garotos com deficiência intelectual observados e seus colegas de sala ou de AEE, no caso das sessões que ocorreram em grupo, também foi um ponto de interesse dessa análise, cabendo destacar que esses sujeitos foram melhor acolhidos no segundo caso, sendo constantemente excluídos das interações mantidas nas classes comuns nas quais estavam matriculados. Sublinha-se que o relacionamento entre estes alunos e seus professores foi considerado saudável, à medida que esses profissionais assumiam uma posição positiva frente o processo de inclusão escolar, sem deixarem de questionar as lacunas inerentes a esse movimento. Auxiliavam as crianças na realização das atividades propostas, mesmo que, em alguns momentos, notadamente no ensino fundamental, tenham se mostrado inseguros quanto ao trabalho que deveriam implementar para atender as particularidades apresentadas pelos alunos com deficiência intelectual. Não foram observadas diferenças no relacionamento entre professores e alunos em função da condição ou não de deficiência.
Palavras-chave: deficiência intelectual; inclusão escolar; processo de ensino-aprendizagem; prática docente. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
Texto Completo |
|
|
|
|
|