UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Gisele de Araújo Gouvea Estácio
Titulo Sexualidade na fala de um grupo de professores: silenciamentos e interditos na prática educativa em um contexto amazônico
Orientador(a)
Data 20/05/2011
Resumo Os mitos ligados à sexualidade em geral são muito fortes e estereotipados o que agrava ainda mais os silenciamentos e interditos presentes de forma contundente no cotidiano escolar. Assim, como foco para o presente estudo de natureza qualitativa optou-se por um recorte na prática educativa de um grupo de professoras e professores que atuam em sala de aula com crianças do 1º. ao 5º. ano do Ensino Fundamental por existir um número reduzido de investigações disponíveis na literatura sobre tal temática, numa realidade de um contexto amazônico, com o objetivo de desvelar suas concepções acerca da sexualidade e como tais concepções influenciam a prática educativa. Dentre os vários momentos compartilhados com as professoras e professores, foram vivenciadas três situações que corroboraram de forma imprescindível para a coleta de dados propriamente dita, a saber: Sexualidade: Momentos na minha Prática Educativa ; A Dinâmica dos Órgãos Genitais e Entrevista semi-estruturada. Já no início da coleta de dados clarificou-se as inúmeras interdições e silenciamentos presentes no discurso docente acerca da sexualidade no contexto de sala de aula, quando foi dedicado um espaço narrativo em que as professoras e professores participaram de um processo de contar e ouvir histórias a respeito de suas práticas docentes, não apenas como momento para coleta de dados, mas principalmente, ao proporcionar um espaço de acolhimento para que os mesmos pudessem exteriorizar situações que limitavam sua prática, em relação à temática, por serem consideradas estressantes e, a partir daí, vivenciadas como sofrimento psíquico que culminavam com múltiplas produções de significados em suas práxis ou até, situações que eram ignoradas para que pudessem se proteger de eventuais sofrimentos. A análise dos resultados permite afirmar que vale ressaltar a emergência de uma sensibilização, abrindo um espaço para se refletir e falar dessas questões cotidianas do mundo escolar, deixando de lado a emissão de juízos de valor e uma só verdade, como absoluta, para apontar possibilidades de um trabalho coletivo, amenizando o impacto dessas questões nas relações do trabalho educativo, principalmente junto à criança. Vislumbrou-se a partir dos relatos que as professoras e os professores encontram-se dispostos a ultrapassar seus limites e suas dificuldades em detrimento da manutenção do que está hegemonicamente estabelecido, rumo a uma direção que permita a reflexão, a pesquisa e o encontro de novas respostas para as mesmas questões que persistem com um colorido essencialmente estigmatizador.

Palavras-chave: Sexualidade; Formação de Professores; Educação Sexual; Amazônia; Educação
Tipo Defesa-Doutorado

APG 2.0
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