UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Marinaldo Fernando de Souza
Titulo Das formas instituídas às contradições reveladas: análise da práxis educacional das políticas públicas de assistência social
Orientador(a)
Data 06/12/2010
Resumo Com a implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), as práticas socioeducativas vêm se destacando como modelo de atuação no âmbito da Política Nacional de Assistência Social, cujo objetivo é o processo de conscientização e superação da condição de pobreza de pessoas, famílias e comunidades beneficiadas pelos serviços. Pretende-se com isso, romper com as velhas práticas assistencialistas, que visam tão somente a provisão de recursos materiais através de ações de caridade e, valorizar a educação como prática da liberdade. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo central, compreender o modelo de educação social praticado em instituições incumbidas de oferecer serviços de assistência social - tanto de forma direta através das unidades de Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), como indiretamente nas entidades e organizações de Assistência Social que dão apoio aos serviços. A premissa inicial que fora submetida ao objetivo central, é a de que as ações educativas desenvolvidas nesses espaços são obstaculizadas por olhares preconceituosos sobre as pessoas atendidas. Trabalhou-se com a hipótese de que as micro-relações estabelecidas no trabalho socioassistencial são instrumentos de circulação e manutenção de poder e dominação. Para a coleta de dados, foram utilizados procedimentos metodológicos de inspiração etnográfica - descrições em Diário Campo, técnicas de grupo e observações participantes - que permitiram captar e analisar conhecimentos acumulados, hábitos, valores e estratégias de atuação dos trabalhadores ligados aos serviços. A partir da análise de conteúdo das falas e da observação dos métodos de trabalho de profissionais diretamente ligados às ações socioeducativas, percebeu-se que os vínculos estabelecidos entre trabalhadores e usuários dos serviços, acabam fortalecendo situações de dominação e de manutenção do poder, mesmo nos momentos em que a atuação vem revestida das mais “boas intenções” e “generosidade”. Os dados também revelaram olhares preconceituosos dirigidos às famílias, comumente chamadas de desestruturadas ou desarmoniosas, que acabam resultando em práticas de assistencialismo controlador. Isso apresenta uma grande contradição entre os objetivos preconizados pelas Leis que regulamentam as ações, e a realidade encontrada, pois, as interpretações dos dados mostraram o “sentido alienador” das relações, que não contribui para estimular o exercício de conscientização, superação da pobreza, ou de educação como prática de liberdade. (FREIRE, 2007)
Tipo Defesa-Mestrado
Texto Completo

APG 2.0
Copyright 2014 (c) UNESP - Faculdade de Ciências e Letras do Campus de Araraquara