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Aluno(a) |
Afonso Mancuso de Mesquita |
Titulo |
A motivação do aprendiz para a aprendizagem escolar: a perspectiva histórico-cultural |
Orientador(a) |
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Data |
21/09/2010 |
Resumo |
O debate em torno da motivação para a aprendizagem remonta às críticas da Escola Nova à Escola Tradicional. Para a primeira, a educação deveria ser funcional, o que equivale a dizer que deve ser fundada nas necessidades dos alunos. O processo pedagógico verdadeiro é o que toma como ponto de partida, eixo e referência central, as necessidades espontâneas dos aprendizes. O ensino torna-se não-diretivo, pois a escola exime-se dessa função. A instrução dos alunos é orientada por eles mesmos, de acordo com suas inclinações e interesses pessoais. Os escolares não devem mais aprender, mas aprender a aprender. A Pedagogia Histórico-Crítica revela o que está escondido detrás dessa aparente democratização do ensino. Os métodos escolanovistas questionavam a própria validade do ato de ensinar. Contribuindo assim, para o rebaixamento da qualidade do ensino. A Pedagogia de orientação marxista retoma a transmissão-assimilação dos conhecimentos clássicos como centro do processo pedagógico. A questão é que isso não implica na renúncia à motivação para a aprendizagem. Ao contrário, ela é considerada um elemento importante do processo pedagógico. Trazemos contribuições da Psicologia Histórico-Cultural nesse sentido, para demonstrar como a motivação se desenvolve ao longo da ontogênese. Partindo da teoria da atividade de A. N. Leontiev, vemos que os motivos para qualquer atividade humana são edificados socialmente. A força motora de seu desenvolvimento encontra-se nas relações sociais do indivíduo, isto é, a chave para a compreensão da motivação (o aparecimento dos motivos) é a natureza social do psiquismo. Isso significa que os motivos para aprender, bem como todo e qualquer motivo, não são dados invariáveis da vida individual, mas dependem em grande medida da qualidade das relações sociais e dos processos educativos vividos ao largo do desenvolvimento. Por isso, estar motivado para aprender é, antes de tudo, estar na escola. Além dessa condição, o conhecimento deve ser o objeto que impulsiona a atividade do aprendiz. A nossa conclusão central é que isso depende de muitos fatores que se desdobram no tempo escolar, como o desenvolvimento da consciência e a necessidade de entrar no mundo adulto. Isso nos leva à constatação que a motivação para a aprendizagem aparece nos primeiros anos do ensino fundamental de forma incipiente e de forma completa somente ao final da escolarização. Mas isso não é fato garantido, muitas vezes nem chega a acontecer. O papel na escola é criar ativamente na criança a necessidade de aprender. A motivação, então, não pode ser tomada como ponto de partida pedagógico, mas como ponto de chegada. Em última instância, isso acontece somente em condições sociais específicas. Hoje, os limites absolutos para a motivação da aprendizagem não são psicológicos nem pedagógicos, mas ligam-se à própria existência da sociedade de classes.
Palavras-chave: Motivos. Atividade. Desenvolvimento psicológico. Psicologia Histórico-Cultural. Pedagogia Histórico-Crítica. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
Texto Completo |
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