UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Jean Douglas Zeferino Rodrigues
Titulo Implicações do projeto "São Paulo faz escola" no trabalho de professores do Ciclo I do Ensino Fundamental
Orientador(a)
Data 01/09/2010
Resumo A década de 1990 e os anos iniciais do século XXI foram profundamente marcados por reformas educacionais promovidas, em grande parte, sob a influência de agências internacionais de financiamento que defendem a reformulação da função do Estado em diversos setores, inclusive na educação. Baseando-se principalmente na perspectiva dos estudos de Stephen J. Ball sobre a inserção de princípios gerenciais e performativos no meio educacional e pesquisas que analisam reformas educacionais e suas repercussões tanto na organização das escolas quanto para os professores, o objetivo geral desta pesquisa foi o de analisar o projeto “São Paulo faz Escola” e as políticas de desempenho paralelamente implementadas buscando revelar quais são as implicações para o trabalho de professores do ensino fundamental ciclo I da rede estadual de São Paulo. Para isso foi realizado um estudo documental e empírico envolvendo seis professoras que atuavam nos anos iniciais do Ciclo I em três escolas públicas estaduais do interior paulista com diferentes índices de classificação obtidos no ano de 2009 pela avaliação do IDESP. Trabalhou-se com a hipótese de que as ações atuais da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo repercutiram no trabalho dos professores de modo intenso, principalmente a partir da inserção dos mecanismos de controle como, por exemplo, a responsabilização docente, a avaliação de desempenho, o monitoramento feito pelo professor coordenador e o atrelamento do desempenho do professor (rendimentos dos alunos no SARESP) à bonificação por resultados. Da mesma forma a prática docente é influenciada por um ambiente educacional, em grande parte, orientado pela competitividade, acirramento da individualidade e a sedimentação de um clima organizacional permeado pela incerteza em relação ao cumprimento das metas estabelecidas. Para tanto, foram levantados e analisados documentos legais pertinentes às mudanças inseridas na rede estadual e realizadas entrevistas com as docentes para saber quais foram os mecanismos centrais das políticas educacionais recentes que mais repercutiram em seu trabalho. Os resultados organizados em três eixos de análise confirmaram a hipótese e revelaram que, a introdução de medidas orientadas pelo gerencialismo e pela performatividade, associadas à introdução de um currículo padronizado influiram em diversos aspectos da prática docente: direcionamento das atividades de classe para os conteúdos exigidos no SARESP; maior responsabilização e visibilidade das professoras das 4ª séries no que tange ao cumprimento das metas anuais das escolas visando o recebimento de bônus, relações interpessoais e o próprio clima organizacional da unidade escolar permeados por competitividade, insegurança, reconhecimento individual, frustração, constrangimento, desestímulo, em função dos diferentes desempenhos alcançados.

Palavras chaves: reforma educacional – performatividade – gerencialismo – ensino fundamental ciclo I – Projeto São Paulo faz escola – trabalho docente.
Tipo Defesa-Mestrado
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