UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Eva Poliana Carlindo
Titulo Tornar-se professora: o capital cultural como esteio explicativo para o sucesso docente
Orientador(a)
Data 24/09/2009
Resumo Este trabalho de natureza qualitativa pretende contribuir com reflexões que estão sendo sistematizadas cujo objeto de estudo é a formação e a atuação docente. O objetivo desse trabalho é investigar se os modos de ser professor relacionam-se com as experiências formativas vivenciadas pelo professor ao longo de sua trajetória de vida privada e profissional e se tais experiências influenciaram a angariação de capital cultural e a estruturação do habitus professoral. Para tanto, optamos pelo referencial teórico bourdieusiano por contemplar aspectos relacionados aos processos formativos a que o agente social está submetido, tais como, campo social, trajeto social, habitus e angariação de diferentes tipos de capital. Nessa perspectiva, realizamos entrevistas semiestruturadas de caráter autobiográfico com quatro professoras atuantes na última série do primeiro ciclo do ensino fundamental de uma escola municipal situada em um município de pequeno porte no interior paulista a fim de que pudéssemos “reconstruir” parte da vida dos sujeitos entrevistados. A esse propósito, para a realização das entrevistas formulamos três macroeixos norteadores: trajetória pessoal; trajetória escolar e acadêmica e trajetória profissional, justamente, por se relacionarem às experiências educacionais, escolares e não-escolares; ao exercício da docência; à carreira docente e ao processo de angariação de capital cultural. Por sua vez, a análise dos dados, realizada por meio da técnica Análise de Conteúdo, segundo a proposta de Laurence Bardin, permite-nos afirmar que a titulação acadêmica apresentou-se como estratégia de ascensão social para as professoras entrevistadas por permitir a angariação de diferentes tipos de capital, entre eles, capital simbólico, capital econômico e, sobretudo, capital cultural de caráter institucionalizado e, ao mesmo tempo, por ser capaz de conferir aos agentes sociais distinções sociais dentre os membros de sua fração de classe. Contudo, o exercício da docência requer do agente social que a ela se dedica algumas mudanças/reestruturações de seu habitus primário já que este apresenta uma relação escolarizada com a cultura humana, o qual influencia os modos de ser professor, ou seja, a própria estruturação do habitus professoral. Logo, os acontecimentos vivenciados no âmbito privado/pessoal e os acontecimentos vivenciados no âmbito público/profissional pelo agente social, nesse caso, pelo professor, não se configuram enquanto dois processos autônomos, independentes e dissociados entre si como são frequentemente apresentados; as experiências escolares e o capital cultural adquirido são referências indeléveis ao entendimento dos processos formativos vivenciados pela pessoa do professor e indispensáveis à análise da prática pedagógica efetivada cotidianamente em sala de aula.
Palavras-chave: Formação docente. Atuação docente. Capital cultural. Habitus professoral. Ensino Fundamental. Autobiografia. Sucesso Docente.
Tipo Defesa-Mestrado
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