UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Caroline Raniro
Titulo UM RETRATO DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: o que revelam crianças, pais e professores
Orientador(a)
Data 18/09/2009
Resumo Partindo da aprovação da Lei nº 11.114, sancionada em 16/05/2005 - que estabeleceu que crianças de seis anos fossem então matriculadas no ensino fundamental e da Lei nº 11.274, sancionada em 06/02/2006 que amplia a duração do ensino fundamental para nove anos – e considerando que família e escola são os contextos mais relevantes da vida de uma criança – esse trabalho teve por objetivo constatar como se configura o 1º ano do ensino fundamental de nove anos e como os principais envolvidos - crianças, pais e professoras percebem este processo. O estudo, de caráter qualitativo, se fundamenta na abordagem bioecológica de desenvolvimento humano de Bronfenbrenner (1996), cuja ênfase está na interconexão entre vários níveis do sistema ecológico. É uma abordagem que privilegia estudos em ambientes naturais que contemplem a realidade cotidiana vivenciada pelos sujeitos envolvidos - considerando estes em suas particularidades, bem como os ambientes nos quais estão inseridos. Dessa forma, a presente pesquisa possibilitou a inserção da pesquisadora no campo para coletar informações e poder dar ênfase ao olhar de crianças matriculadas no primeiro ano do ensino fundamental, para além da visão de seus pais e professores. Sendo assim, foram realizadas observações e entrevistas semi-estruturadas, com o objetivo principal de constatar situações de práticas e apreender as percepções dos sujeitos envolvidos com o ingresso no ensino fundamental. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola municipal de uma cidade do interior paulista, que atende estudantes do ensino fundamental. A coleta de dados ocorreu no período de março a agosto de 2008. Somaram-se trinta e três o número de sujeitos deste estudo: três professoras atuantes no 1º ano do ensino fundamental, quinze crianças deste mesmo ano e quinze responsáveis destas (pais e/ou mães, neste caso). As observações em sala de aula foram realizadas durante todo o período da pesquisa e focalizaram as situações de aulas regulares e outros momentos que permeiam o ambiente escolar, como merenda, recreio, parque e visita à biblioteca – por exemplo, e uma reunião de pais. As entrevistas com as crianças foram realizadas no período de maio a junho e com as professoras e pais, de junho a agosto. Os locais das entrevistas foram principalmente a escola para crianças e professoras e a própria casa para a maioria dos pais. Observando a rotina dos alunos na escola, resgatando informações da educação infantil e buscando informações do ensino fundamental e do contexto familiar, a coleta de dados revelou que pais, professoras e crianças em sua maioria concordam com a inserção no ensino fundamental aos seis anos de idade. Todos pareceram habituados ao novo modelo e satisfeitos com resultados prévios que este já pôde oferecer. O contexto escolar foi adaptado para receber crianças de seis anos de idade, o trabalho docente tem como foco a língua portuguesa, com ênfase na alfabetização e embora o lúdico não desapareça neste nível de ensino, é mais direcionado às atividades escolares do que as de caráter livres. Os alunos apresentam relacionamento satisfatório na escola, pareceram motivados, interessados e desejam ler e escrever – expectativa que vai ao encontro do que afirmam pais e professoras e embora, às vezes, as crianças apresentem cansaço, elas valorizam e têm clareza da importância do processo de ensino-aprendizagem. Freqüentar a educação infantil parece ter contribuído para a adaptação no ensino fundamental. O contexto familiar revela pais que valorizam e se interessam pela escolarização dos filhos – procurando os acompanhar, mesmo quando o ambiente familiar é desfavorecido por situações adversas. Os resultados obtidos certamente contribuirão para a Educação Escolar – principalmente porque ainda são poucos os estudos que consideraram o primeiro ano do ensino fundamental de nove anos, possibilitando a manifestação dos principais envolvidos, as crianças.

Palavras – chave: Perspectiva bioecológica. Crianças de seis anos. Ensino Fundamental de nove anos.
Tipo Defesa-Mestrado
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