UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Rosilene Batista Ficarelli
Titulo A Construção do saber sobre a utilização de objetos no ensino brasileiro.
Orientador(a)
Data 19/02/2009
Resumo A presente pesquisa pretendeu discutir a formação de modos de pensamento sobre
os objetos no ensino brasileiro, de maneira a compreender em quais circunstâncias
são formados e a partir de quais relações a existência dos mesmos se apóia. Assim,
apoiado nos estudos de Michel Focault sobre análise do discurso e formação de
pensamento, este trabalho teve como objetivo central conhecer quais dispositivos e
estratégias o discurso sobre a importância da utilização de objetos no ensino brasileiro
tem utilizado para se legitimar e colocar esses objetos em um lugar de destaque no
ideário pedagógico, particularmente nas décadas de 1960 e 1970, época na qual
intensificou-se a criação de discursos sobre a utilização de objetos no ensino, no
âmbito do desenvolvimento do movimento de tecnologia educacional no Brasil.
Salientado a formação de sujeitos educacionais no interior do discurso, o presente
trabalho também buscou conhecer quais regras e normas os professores estavam
submetidos, em relação à utilização de objetos no processo de ensino e aprendizagem,
e quais as estratégias e dispositivos o discurso utilizou-se na tentativa de produzir
determinados efeitos de poder sobre a prática docente. Neste intuito, analisamos
textos referentes à utilização de objetos no ensino, bem como aqueles que discutiam o
movimento de tecnologia educacional no Brasil, existentes em dois periódicos
publicados nas décadas de 1960 e 1970, Audiovisual em Revista e Revista Tecnologia
Educacional. Os resultados encontrados nos levam a concluir que a aparente
neutralidade das teorias que estruturam a utilização de objetos nesse processo, bem
como o status científico recebido pelas mesmas; o destaque das vantagens e
potencialidades de cada objeto; a criação de necessidades e problemas educacionais;
a relação que se estabelece entre educação e formação de uma sociedade
progressista; a criação de estratégias que levam professores a aceitarem o discurso
inovador que rodeia a utilização de objetos em sala de aula, de maneira a se autoregularem,
foram estratégias que construíram um discurso legitimador sobre a importância de utilização de objetos no ensino, aceito como um “regime de verdade”, e
por isto, formador de pensamentos e sujeitos educacionais, neste período. Quanto à
formação de sujeitos educacionais, particularmente dos professores que são vistos como efetivadores da utilização de objetos no processo de escolarização, o discurso perpassa a construção e transformação de subjetividades, levando os professores a se sentirem agentes de transformação e inovação do ensino brasileiro; reconhecerem a necessidade de estarem aptos a utilizar um determinado objeto; auto-refletirem sobre sua prática pedagógica; considerarem que o “bom professor” é aquele que sabe como produzir seu próprio material didático e como usar um objeto na sala de aula.
Tipo Defesa-Doutorado
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APG 2.0
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