UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Educação Escolar

Aluno(a) Mariléia dos Santos Cruz
Titulo Escravos, Forros e Ingênuos em Processos Educacionais e Civilizatórios na Sociedade Escravista do maranhão no século XIX
Orientador(a)
Data 15/08/2008
Resumo Escravos, forros e ingênuos em processos educacionais e civilizatórios na sociedade
escravista do Maranhão no século XIX. O presente estudo visa a evidenciar os sinais da
participação de negros em processos educacionais e civilizatórios na sociedade escravista do
Maranhão no século XIX. A partir de uma metodologia Indiciária (GINZBURG 1987; 2003),
empreendeu-se a compilação de indícios e a reconstituição de acontecimentos ligados à
efetivação, por negros, de práticas sociais instituídas no âmbito do processo civilizatório em
que o Brasil esteve envolvido durante o século XIX. A pesquisa utilizou fontes impressas e
manuscritas, tais como imprensa maranhense do século XIX, compromissos de irmandades,
relatórios, ofícios, almanaques, códices, leis províncias e documentação paroquial. O trabalho
demonstra situações em que os negros, inclusive na condição de “escravos”, faziam uso de
símbolos ligados à idéia de civilidade, destacando-se a leitura e a escrita no contexto das
irmandades e das principais insurreições maranhenses do período. Retrata situações vividas
por alguns dentre os negros que estiveram viabilizando esforços para participar da vida social
da época, apropriando-se dos valores e das práticas culturais oficializadas. Destaca a presença
de alunos e alunas negras em escolas públicas maranhenses do período, bem como identifica
alunas escravas em escolas particulares. Caracteriza a ocorrência de políticas de ações
negativas viabilizadas no período com objetivo de dificultar o acesso de negros ao ensino
público, por meio de critérios com base tanto na condição (escravo) como também na cor da
pele (mais escuros). Evidencia que o processo histórico ligado à educação de negros se
configura tanto por práticas segregacionistas reveladas no processo de admissão e demissão
de educandos negros quanto por situações que contrariam as próprias leis e intenções
segregacionistas do período. O estudo destaca ainda que, apesar de invisíveis na história da
educação oficial, as famílias afro-brasileiras não estiveram alheias ao significado social que o
acesso aos saberes da leitura, escrita e contagem vinha recebendo ao longo do século.
Palavras – chave: Instrução pública, século XIX, negros, escravos.
Tipo Defesa-Doutorado

APG 2.0
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