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Aluno(a) |
Rafael Franklin Almeida Bezzon |
Titulo |
Caminhar por arquivos e suas imagens viandantes: uma abordagem antropológica e poética com os arquivos fotográficos de Haruo Ohara, Tony Miyasaka, Kenji Ueta e Hidetaka Hasegawa |
Orientador(a) |
Prof. Dr. Edgar Teodoro da Cunha |
Data |
29/09/2023 |
Resumo |
RESUMO
Nas últimas décadas, os arquivos ganharam centralidade nas reflexões de diferentes áreas do campo das ciências sociais, o mesmo se passou com a imagem que se impôs com muita força em nossa vida por meio de suas dimensões culturais, estéticas, históricas, sociais e técnicas. Portanto, esta pesquisa se vincula à abordagem teórica e metodológica constituinte da antropologia visual em uma perspectiva que se propõe refletir, pensar e produzir conhecimento sobre os regimes e sistemas visuais fotográficos. Para isso, mobilizo imagens oriundas de diferentes arquivos fotográficos produzidas por quatro imigrantes japoneses que atuaram como fotógrafos, de forma amadora e/ou profissional, principalmente no período que abarca as décadas de 1950 e 1960, em cidades localizadas no interior dos estados do Paraná e de São Paulo, são eles: Haruo Ohara, Tony Miyasaka, Kenji Ueta e Hidetaka Hasegawa, que viveram e fotografaram respectivamente nas cidades de Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP), Maringá (SP) e Adamantina (SP). Essas fotos estão armazenadas, guardadas e salvaguardadas em arquivos heterogêneos, pois estão em instituições públicas e privadas responsáveis por esses patrimônios imagéticos e nas residências de familiares e herdeiros-guardiões, além de serem múltiplos os artefatos imagéticos que os compõem. Dessa forma, pensar com e por meio de imagens envolveu construir um campo para a realização da pesquisa que se apresenta em duas dimensões: o bibliográfico-biográfico e o gráfico-visual, e por meio deles caminhei por esses arquivos e com suas “fotografias viajantes”. Diante da multiplicidade das imagens encontradas e acessadas, e de seus contextos arquivísticos diretamente conectados com as trajetórias de vida dos fotógrafos, o primeiro movimento da pesquisa envolveu compreender as trajetórias desses indivíduos, ou seja, fazer da intenção biográfica um exercício etnográfico e, assim, promover um diálogo entre as fotos e suas vidas. As imagens fotográficas abordadas enquanto artefatos e objetos-imagem carregam consigo a qualidade de tornar real o passado, além de se constituírem como as principais interlocutoras da pesquisa e, portanto, é com elas e por meio delas que construí, montei e propus uma abordagem criativa para esses arquivos fotográficos. Essa experiência de pensar com e fazer pensar as fotografias foi construída à maneira de um artesão, por meio do gesto da montagem que envolveu desmontar, montar e remontar as imagens para então dispô-las em álbuns e outros experimentos a fim de apresentar não só os modos de ver, mas também de inventar uma forma de estar e imaginar a cidade por meio do fotográfico.
Palavras-chave: Antropologia Visual; Arquivos fotográficos; Fotografia; Montagem; Trajetórias;
ABSTRACT
In recent decades, archives have gained centrality in the reflections of different areas of the social sciences. The same has happened with the image, which has imposed itself very strongly on our lives through its cultural, aesthetic, historical, social and technical dimensions. Therefore, this research is linked to the theoretical and methodological approach of visual anthropology from a perspective that aims to reflect, think and produce knowledge about photographic visual regimes and systems. To do this, I mobilize images from different photographic archives produced by four Japanese immigrants who worked as photographers, amateur and/or professional, mainly in the 1950s and 1960s, in cities located in the interior of the states of Paraná and São Paulo: Haruo Ohara, Tony Miyasaka, Kenji Ueta and Hidetaka Hasegawa, who lived and photographed respectively in the cities of Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP), Maringá (SP) and Adamantina (SP). These photos are stored, guarded and safeguarded in heterogeneous archives, as they are in public and private institutions responsible for these image assets and in the homes of family members and heir-guardians, in addition to the multiple image artifacts that make them up. In this way, thinking with and through images involved constructing a field for the research that has two dimensions: the bibliographicalbiographical and the graphic-visual, and through them I walked through these archives and with their "traveling photographs". Faced with the multiplicity of images found and accessed, and their archival contexts directly connected to the photographers' life trajectories, the first move of the research involved understanding the trajectories of these individuals, in other words, turning the biographical intention into an ethnographic exercise and thus promoting a dialog between the photos and their lives. The photographic images approached as artifacts and imageobjects carry with them the quality of making the past real, as well as constituting the main interlocutors of the research and, therefore, it is with them and through them that I built, assembled and proposed a creative approach to these photographic archives. This experience of thinking with and making photographs think was constructed in the manner of a craftsman, through the gesture of assembly, which involved disassembling, assembling and reassembling the images to then arrange them in albums and other experiments in order to present not only ways of seeing, but also of inventing a way of being and imagining the city through photography.
Keywords: Visual Anthropology; Photographic archives; Photography; Montage; Trajectories;
RESUMEN
En las últimas décadas, los archivos han ocupado un lugar central en las reflexiones de diferentes áreas de las ciencias sociales. Lo mismo ha sucedido con la imagen, que se ha impuesto con gran fuerza en nuestras vidas a través de sus dimensiones culturales, estéticas, históricas, sociales y técnicas. Por lo tanto, esta investigación se vincula al enfoque teórico y metodológico de la antropología visual desde una perspectiva que pretende reflexionar, pensar y producir conocimiento sobre los regímenes y sistemas visuales fotográficos. Para ello, movilizo imágenes de diferentes archivos fotográficos producidos por cuatro inmigrantes japoneses que trabajaron como fotógrafos, aficionados y/o profesionales, principalmente en las décadas de 1950 y 1960, en ciudades ubicadas en el interior de los estados de Paraná y São Paulo: Haruo Ohara, Tony Miyasaka, Kenji Ueta y Hidetaka Hasegawa, que vivieron y fotografiaron respectivamente en las ciudades de Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP), Maringá (SP) y Adamantina (SP). Estas fotos están almacenadas, custodiadas y salvaguardadas en archivos heterogéneos, al igual que en instituciones públicas y privadas responsables de estos bienes de imagen y en los domicilios de familiares y herederos, además de los múltiples artefactos de imagen que los componen. De este modo, pensar con y a través de las imágenes supuso construir un campo para la investigación que tiene dos dimensiones: la bibliográficobiográfica y la gráfico-visual, y a través de ellas recorrí estos archivos y sus "fotografías viajeras". Ante la multiplicidad de imágenes encontradas y accedidas, y sus contextos archivísticos directamente conectados a las trayectorias vitales de los fotógrafos, el primer movimiento de la investigación implicó comprender las trayectorias de estos individuos, es decir, convertir la intención biográfica en un ejercicio etnográfico y promover así un diálogo entre las fotos y sus vidas. Las imágenes fotográficas abordadas como artefactos e imágenesobjeto llevan consigo la cualidad de hacer real el pasado, además de constituir los principales interlocutores de la investigación y, por lo tanto, es con ellos y a través de ellos que construí, monté y propuse un abordaje creativo de estos archivos fotográficos. Esta experiencia de pensar y hacer pensar las fotografías se construyó a la manera de un artesano, a través del gesto de ensamblar, que implicó desmontar, montar y volver a montar las imágenes para luego ordenarlas en álbumes y otros experimentos con el fin de presentar no sólo formas de ver, sino también de inventar una manera de ser e imaginar la ciudad a través de la fotografía.
Palabras clave: Antropología visual; Archivos fotográficos; Fotografía; Montaje; Trayectorias; |
Tipo |
Defesa-Doutorado |
Texto Completo |
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