UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Flávia Bezerra de Menezes Hirata Vale
Titulo A expressão da condicionalidade no português escrito no Brasil: contínuo semântico-pragmático
Orientador(a)
Data 07/10/2005
Resumo Neste trabalho, analisa-se a expressão da condicionalidade no português escrito do Brasil a partir de um ponto de vista funcionalista. Acredita-se que o valor condicional pode ser expresso não apenas por construções condicionais canônicas, que têm a estrutura “se p, (então) q”, mas por construções aditivas, disjuntivas, justapostas e temporais. Assume-se que essas construções compõem, com as construções condicionais, um contínuo de condicionalidade. O corpus deste trabalho compõe-se de textos das literaturas dramática, oratória, técnica, romanesca e jornalística, que foram coletados no Laboratório de Estudos Lexicográficos da UNESP – Campus de Araraquara, no jornal Folha de São Paulo de 1994 a 1998, e nos sites da Academia Brasileira de Letras, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A interpretação condicional de construções paratáticas aditivas, disjuntivas e justapostas, e das construções temporais é decorrente de processos inferenciais, já que nessas construções ocorre um processo de convencionalização de implicaturas conversacionais. As construções aditivas, disjuntivas, justapostas e temporais tornam-se mais abstratas quando são usadas para expressar a condicionalidade, uma vez que passam por um processo de subjetivização, em que os falantes expressam juízos subjetivos acerca dos conteúdos proposicionais nelas veiculados. Nas construções paratáticas, os fatores que licenciam a interpretação condicional são a ordem de ocorrência das orações que compõem a construção paratática, as correlações modo-temporais e os tipos de situação em que as construções paratáticas são usadas. As construções temporais têm valor condicional quando expressam a habitualidade, que é decorrente de um valor aspectual, a duração. A análise desenvolvida neste trabalho mostra que os expedientes usados pelos falantes para expressar o valor condicional no português do Brasil vão muito além do que propõem as gramáticas tradicionais, e formam uma gama de possibilidades que serve aos propósitos comunicativos desses falantes.
Tipo Defesa-Doutorado

APG 2.0
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