UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Poliana Rossi Borges
Titulo Formas verbais imperativas em tiras de jornais paulistas
Orientador(a)
Data 23/03/2004
Resumo Este estudo surgiu da necessidade de entender o uso atual do imperativo no Português Brasileiro. Hoje, há duas formas usadas para expressar ordem no Português do Brasil, relativas à segunda pessoa do singular: uma, considerada padrão, por seguir as prescrições da Gramática Tradicional, oriunda do presente do subjuntivo (CANTE); outra, denominada neste trabalho de forma variante, que se confunde com a 2ª pessoa do singular (você) do presente do indicativo (CANTA). Essa segunda forma é muito encontrada em textos dialogados. Por apresentarem esta característica, foram escolhidas como corpus para este trabalho as tiras publicadas no dois principais jornais do estado de São Paulo (O Estado de São Paulo e A Folha de São Paulo), no período de janeiro de 2002 a julho de 2003. Em um primeiro momento de análise, baseados nos estudos de Scherre (1998, 2000, 2002) e Faraco (1982, 1986, 1996), averiguamos os contextos em que a forma variante estava sendo empregada; os fatores estudados foram: pessoa e número, negação na oração, presença e posição dos pronomes átonos me e se, ‘efeito gatilho’, conjugação do verbo, vogal precedente [+/- aberta] em verbos regulares de 1ª conjugação, idade das personagens, estilo individual do autor/tradutor. Percebendo a opacidade da estrutura morfológica do imperativo, levantamos três possibilidades de interpretação: (i) essa forma seria relativa a você, porém vinda do Presente do Indicativo; (ii) é um imperativo formado da mesma maneira que a 2ª pessoa do singular tu; partindo da forma do presente do Indicativo para esta pessoa e substituindo o morfema número-pessoal por "zero"; (iii) essa forma seria ainda a forma imperativa relativa a tu. A partir da literatura sobre o assunto e da análise do corpus, optou-se pela 1ª hipótese: a forma variante do imperativo é, na verdade, uma forma indicativa, relativa à segunda pessoa você. Desta maneira, podemos afirmar que o imperativo não existe mais na amostra de Português Brasileiro analisada enquanto modo independente.
Tipo Defesa-Mestrado

APG 2.0
Copyright 2014 (c) UNESP - Faculdade de Ciências e Letras do Campus de Araraquara