UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Sílvia Maria Brandão
Titulo Alternância verbal em construções condicionais - um fenômeno variável?
Orientador(a) Profa. Dra. ROSANE DE ANDRADE BERLINCK
Data 26/01/2018
Resumo RESUMO

Esta pesquisa apresenta, com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística variacionista (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 2008 [1972], 1994, 2001, 2010), um estudo descritivo-interpretativo acerca das diferentes formas verbais que se realizam em construções condicionais encabeçadas pela conjunção se, em dados de fala produzidos por falantes do interior paulista e presentes no projeto ALIP - “Amostra Linguística do Interior Paulista” (GONÇALVES, s.d.). Parte-se do pressuposto de que, dentro de um conjunto de condicionais em que formas verbais se alternam, há formas em variação que podem ser delimitadas por meio de paráfrases, a fim de se testar se o pressuposto mantém-se o mesmo (STALNAKER, 1978; 2002). A análise mostra quais formas verbais estão competindo em um mesmo domínio funcional, constituindo variação. Trabalhando com o conceito de empregabilidade (HYMES, 1972), a análise variacionista é feita com três combinações modo-temporais, quais sejam as mais empregadas nas orações potenciais (GIVÓN, 1982): (i) futuro do subjuntivo + presente do indicativo (Se José tiver dinheiro, compra uma ilha); (ii) futuro do subjuntivo + futuro do indicativo perifrástico (Se José tiver dinheiro, vai comprar uma ilha) e (iii) presente do indicativo + presente do indicativo (Se José tem dinheiro, compra uma ilha). Para as análises estatísticas, utilizou-se a plataforma R (CORE TEAM, 2017). A literatura apresenta, geralmente, formas de subjuntivo associadas ao valor de dúvida, menor asserção e menos realidade do enunciado, enquanto as de indicativo estariam mais próximas da realidade e imprimiriam maior asserção por parte do falante, mais realidade, mais certeza. Os resultados a que se chegou, entretanto, mostram uma explicação distinta dessa. Analisando modalidade da condicional, temporalidade, definitude do sujeito, tipo textual, sexo/gênero do informante, idade e escolaridade, viu-se, principalmente, uma forte correlação, por um lado, entre presente do indicativo e atemporalidade e sujeito genérico, bem como, por outro, temporalidade e sujeito definido associados a combinações com futuro, sobretudo o futuro do subjuntivo. A idade dos falantes também se mostrou fator atuante sobre as combinações, na medida em que aponta para uma possível mudança em curso.

Palavras – chave: alternância verbal. combinações modo-temporais. condicionais potenciais. variação e mudança linguísticas.
Tipo Defesa-Mestrado
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