UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Marcos André Dantas da Cunha
Titulo TÃO LONGE, TÃO PERTO: A identidade paraense construída no discurso da mídia do Sudeste brasileiro
Orientador(a)
Data 18/11/2011
Resumo Nesta tese estudamos o discurso sobre o estado do Pará/Brasil, nas produções textuais e semiológicas do jornal paulista “Folha de S. Paulo”. Verificamos a regularidade que pudesse apontar para a produção de determinadas identidades a respeito desse estado amazônico. Nossa investigação fundamenta-se na Análise do Discurso Francesa, embasada em Michel Pêcheux e Michel Foucault. Considerando que o discurso se inscreve principalmente na dispersão das enunciações produzidas por sujeitos sócio-históricos, na materialidade das palavras em processo metonímico e metafórico de sentido, buscamos, nos discursos da “Folha de S. Paulo”, modos de dizer referendando,reproduzindo ou resistindo a determinados saberes sobre o estado do Pará. Pelas diferenças regionais verificadas no território continental brasileiro, estabelecem-se relações de poder, daí os sujeitos representativos dos lugares/espaços historicamente reconhecidos como “centros”, muitas vezes, produzirem discursos etnocêntricos a respeito daqueles sujeitos/lugares/espaços ditos como “margens”. Desenvolvemos a metodologia de constituição do corpus e de análise dos discursos nas produtivas noções foucaultianas de repetição e dispersão. Pela violência ao homem (chacinas/trabalho escravo infantil) e ao meio ambiente (queimadas e desmatamento), enfatiza-se a mais visível das identidades paraenses. Os repetidos, mas pontuais, textos sobre o Círio de Nazaré realizam-se em enunciados com efeitos de sentidos quase cristalizados, não possibilitando tornar o evento um acontecimento midiático. A pouca frequência de textos sobre turismo, arte e ciência, e menos ainda sobre a própria etnia indígena, também se constitui em indício de uma identidade paraense. Quando se enuncia acerca do turismo no Pará, não se deixa de dizer sobre as distâncias físicas e a falta de condições estruturais e tecnológicas. Ao se identificar artistas e cientistas como paraenses, isto parece se enunciar como evidência de diferença, de certo ineditismo. Na identificação dos indígenas do Pará com a floresta misteriosa e distante, também parecem se identificar os paraenses circunscritos ou não a esse espaço, com os índios.

Palavras-chave: Discurso. Identidade. Sujeito. Pará. Mídia.
Tipo Defesa-Doutorado
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