UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Maria de Lourdes Faria dos Santos Paniago
Titulo Práticas discursivas de subjetivação em contexto escolar
Orientador(a)
Data 15/12/2005
Resumo O objetivo deste trabalho é investigar práticas discursivas de subjetivação em contexto escolar. Como embasamento teórico, tomam-se os estudos da Análise do Discurso de Linha Francesa - AD, derivada dos trabalhos de Michel Pêcheux, e, sobretudo, as formulações de Michel Foucault, que influenciou Pêcheux principalmente nas segunda e terceira épocas da AD. Para Foucault, o sujeito é sempre o resultado de uma prática, ou seja, o sujeito é sempre fabricado. Nesse sentido, a educação escolarizada funciona como dispositivo encarregado de fabricar um tipo bem determinado de indivíduo. A pesquisa de campo foi realizada em escolas públicas e particulares de uma cidade do sudoeste do Estado de Goiás. Seis das sete escolas pesquisadas são confessionais. Foram considerados dados colhidos em aulas de ensino religioso, em cultos, em reuniões de professores e pais, em planejamentos anuais, em entrevistas com professores, coordenadores, diretores, pastores, análise de documentos oficiais que tratam da regulamentação do ensino religioso, não apenas no espaço restrito de cada escola, mas também em âmbito da legislação nacional. Os dados foram analisados na perspectiva metodológica do trajeto temático. E, para isso, foram escolhidos três temas que nos pareceram mais significativos para a escola na sua prática cotidiana de formar sujeitos: a) o estímulo da escola para o temor a Deus; b) o esforço da escola em fazer com que a família “fale a mesma língua”; e c) o estímulo ao amar com severidade. Este trabalho se propõe também a refletir sobre o papel que a escola ocupa na sociedade de controle em que vivemos. Há quem defenda que, em virtude de o mundo ter se tornado uma grande máquina panóptica, estejamos vivendo um momento de empalidecimento da instituição escolar como grande dispositivo de subjetivação. Nossos dados, no entanto, mostram que a escola ainda é reconhecida, inclusive pela família, como a maior esfera de disciplinamento.
Tipo Defesa-Doutorado

APG 2.0
Copyright 2014 (c) UNESP - Faculdade de Ciências e Letras do Campus de Araraquara