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Aluno(a) |
Patrícia Mara Franco Granucci |
Titulo |
O sistema vocálico do Português Arcaico: um estudo a partir das rimas das cantigas de amigo |
Orientador(a) |
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Data |
21/08/2001 |
Resumo |
O trabalho desenvolvido nesta dissertação de mestrado pretende estudar alguns fenômenos fonológicos do Português Arcaico (fins do século XII até meados do século XIV). Através da descrição de fenômenos segmentais e supra-segmentais do português medieval, depreendidos das rimas da poesia da época, foram abordadas questões que envolvem qualidade vocálica, timbre e nasalidade.
Para a análise das questões que envolvem o sistema vocálico e a nasalização do período trovadoresco, foram considerados os dados obtidos através do levantamento de todos os pares (ou grupos) de rimas apreendidos das cantigas de amigo presentes no Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa. A interpretação de tais dados leva em consideração a perspectiva fonológica Não-Linear, com enfoque no modelo de Geometria de Traços.
Dessa forma, com relação ao sistema vocálico oral trovadoresco, pode-se observar que, em posição tônica, existe uma diferença entre o número de grafemas (cinco) e fonemas (sete) devido ao comportamento das vogais médias anteriores <e> e posteriores <o> que se realizam foneticamente em média alta ou em média baixa: /e/, /E/ e /o/, /O/, respectivamente. Em posição pré-tônica, o número de grafemas vocálicos é o mesmo de fonemas (cinco). Essa equivalência se deve à neutralização da distinção de altura entre as vogais médias altas e baixas, em favor das médias altas. Em posição pós-tônica, o processo de neutralização que ocorre entre as vogais <i, u> e <e, o> determina um sistema vocálico composto por três fonemas: /e/, /a/, /o/. À luz da Fonologia de Geometria de Traços, a redução no número de fonemas observada somente em contextos não-acentuados, explica-se pelo corte de determinados traços que constituem o nó de Abertura das vogais.
Com relação ao estudo da nasalidade das vogais do Português Arcaico, pode-se observar que as vogais medievais seguidas de consoante nasal realizam-se de forma nasalizada, pois se encontram diante de segmento nasal e estão em posição acentuada. A nasalização, nestes casos, segundo a perspectiva Não-Linear, decorre de um processo de assimilação em que o segmento nasal que sucede a vogal empresta-lhe uma propriedade que até então não possuía. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
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