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Aluno(a) |
Eva Ucy de Miranda Sá Soto |
Titulo |
Variação/mudança no pronome de tratamento alocutivo: uma análise enunciativa em cartas brasileiras |
Orientador(a) |
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Data |
11/06/2001 |
Resumo |
Nesta tese, acompanha-se a marcação do tratamento alocutivo na variedade brasileira de português num corpus epistolar diacrônico. Especial atenção é dispensada à variação/mudança das formas pronominais que designam a 2ª pessoa do discurso. Inicialmente, apresenta-se uma revisão dos estudos realizados sobre a questão do tratamento em diferentes contextos culturais para, posteriormente, examinar-se os trabalhos sobre a variedade brasileira, contrastando-a com a lusitana. Aponta-se os limites da proposta da semântica de poder e solidariedade (Brown e Gilman, 1960) no que diz respeito à análise do funcionamento e da criação do pronome você para a variedade brasileira do português. Propõe-se compreender o surgimento desse novo pronome, que discursivamente funciona como de 2ª pessoa mas que gramaticalmente se comporta como uma forma pronominal de 3ª, levando em consideração o que Holanda (1991) designa como o caráter cordial do brasileiro. Situando a presente investigação num paradigma de estudos que também leva em conta fatores externos na análise das mudanças lingüísticas e baseando-se na proposta da pragmática das representações de Vogt (1980) e nas noções de enunciação e gênero do discurso de Bakhtin (1995, 1997), analisa-se a marcação da figura do outro-intelocutor nas cenas epistolares que se estabelecem na correspondência entre: Pedro I e Domitila, a Condessa de Barral e Pedro II, os avós Ottoni e seus netos, Álvares de Azevedo, menino, e sua mãe, Quintino Bocaiuva e amígos, Mário de Andrade e Anita Malfatti e Prudente de Moraes Neto, e Anísio Teixeira e sua família. Esse longo espectro de tempo, que se centra principalmente no Oitocentos e no começo do Novecentos, é introduzido por uma breve análise da instabilidade encontrada no sistema de tratamento na Carta de Caminha. Na recomposição das pequenas cenas enunciativas da correspondência analisada, busca-se compreender como varia, muda e se reorganiza a marcação da 2ª pessoa pronominal e como certos efeitos de sentido são criados entre os sujeitos da enunciação. Acompanhando esse percurso de usos, emerge um cenário onde o valor de certas cenas enunciativas parece ir se inscrevendo na avalição que os falantes fazem das formas de marcação da figura do outro-interlocutor. |
Tipo |
Defesa-Doutorado |
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