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Aluno(a) |
Maria Madalena Borges Gutierre |
Titulo |
Heterogeneidade nas redações escolares a resposta dos alunos ao SARESP |
Orientador(a) |
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Data |
17/12/2003 |
Resumo |
O presente trabalho propõe uma reflexão sobre os eventos de produção e avaliação de textos escritos desenvolvidos na rede estadual de ensino e promovidos pelo SARESP - Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo. A proposta é conseqüência da observação de que a prática da redação escolar nos sistemas de avaliação externa constitui uma atividade mecânica e resulta da prescrição de instruções, de forma que os textos escolares caracterizem-se pela regularidade. Considera-se, na análise, 1) que as regularidades textuais decorrentes das instruções de produção promovem a homogeneização das redações; 2) que ao se desviar do tema proposto, o sujeito opera com as irregularidades textuais, por meio de que se manifestam múltiplas vozes e se evidencia, nas relações intersubjetivas e interdiscursivas, a heterogeneidade da linguagem; 3) que em meio às regularidades propostas pelo sistema, identificam-se nos textos dos alunos fontes enunciativas que se confrontam e revelam valores histórico-culturais, o que permite vislumbrar a condição do aluno como sujeito social e da linguagem como meio de interação. A pesquisa fundamenta-se nas reflexões de Mikhail Bakhtin sobre dialogismo e gêneros discursivos, uma vez que se considera a propriedade representativa dos gêneros em relação às diversas esferas sociais, entre elas a esfera social escolar. Na análise dos textos, atenta-se também para o conceito de heterogeneidade enunciativa discutido por Authier-Revuz. Os resultados da pesquisa revelam uma postura escolar que trata a linguagem em sua materialidade lingüística, ou seja, o texto é apenas o objeto da avaliação, em detrimento do sentido que se constrói, muitas vezes, nos desvios. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
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