UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Alessandra Dutra
Titulo Aquisição do português como língua estrangeira: fenômenos de variações no âmbito fonológico
Orientador(a)
Data 26/03/2008
Resumo Seguindo os pressupostos teóricos da Sociolingüística Laboviana, este trabalho propõe a análise de três fenômenos de variação fonética na aquisição do português como língua estrangeira por nativos americanos e espanhóis: i) o uso das vibrantes em início de palavra, como em roda [‘¨d«] ~ [‘Rd«] ~ [‘hd«]; em grupos consonantais, como em prova [‘p¨v«] ~ [pRv«’] e em posição intervocálica em dois contextos: com a vibrante /r/, como carro [kahU] ~ [‘kaRU] ~ [‘ka¨U], e com a vibrante /R/, como faro [faRU] ~ [fa¨U] ~ [‘fahU]; ii) a palatalização das oclusivas [t] e [d] em palavras como dica [‘dIk«] ~ [‘dZIk«] e tive [‘tivI] ~ [‘tSivI] e iii) a vocalização da lateral [Â] em final de sílaba, e em meio e final de vocábulo, como nos exemplos sal [saÂ] e salgado [sa’gadU]. Buscamos comparar a variação encontrada no português falado por americanos com a variação encontrada no português falado por nativos espanhóis e comprovar nossa hipótese de que as dificuldades que falantes de outras línguas enfrentam, ao aprender a língua portuguesa, apresentam-se como fenômenos naturais de variação e são condicionados por fatores lingüísticos e extralingüísticos. Chegamos a essa conclusão por meio de resultados obtidos em uma pesquisa anterior a esta elaborada para o Mestrado, feita com informantes americanos (Dutra, 2003). Desta feita, propusemo-nos a comparar esses dados com a análise da fala dos informantes espanhóis, coletados já para o doutorado. Acreditamos que os fenômenos de variação decorrentes das dificuldades desses aprendizes se realizam com maior ou menor freqüência de acordo com fatores lingüísticos – contextos fônicos e estruturas da sílaba e do vocábulo – e extralingüísticos – idade e estilos de uso da linguagem. Por fim, procuramos refletir sobre a formação adequada do professor de português como língua estrangeira e oferecer contribuições para a área de português para falantes de outras línguas (PPFOL). Para a realização desta atual pesquisa, adotamos a mesma metodologia de coleta de dados do trabalho anterior, proposta por Labov (1972), na qual dividimos a fala dos informantes em estilos que vão dos informais até os mais formais. Ao todo, são 11 informantes americanos e 11 espanhóis que vivem no norte do Paraná, mais especificamente nas cidades de Londrina, Cambé e Ibiporã. Utilizamos como recurso tecnológico o aparelho de gravação Sony-Md walkman e o programa de computador Speech Analyser para a análise dos dados. As conclusões a que chegamos com essa pesquisa levaram-nos a pensar no ensino do português para estrangeiros sob um novo prisma, que considere a formação dos profissionais que trabalharão nessa área de maneira diferente daqueles que trabalharão com a língua portuguesa com falantes nativos do português.


Palavras-chave: variação fonética; aquisição de segunda língua; fatores lingüísticos e extralingüísticos.
Tipo Defesa-Doutorado
Texto Completo

APG 2.0
Copyright 2014 (c) UNESP - Faculdade de Ciências e Letras do Campus de Araraquara