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Aluno(a) |
Andréa Cristina Gazetta |
Titulo |
A construção da sexualidade demoníaca: uma interpretação das memórias discursivas sobre a mulher-bruxa |
Orientador(a) |
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Data |
06/05/2003 |
Resumo |
Na análise d'O martelo das feiticeiras (Malleus maleficarum, 1487) - escrito pelos teólogos dominicanos Heinrich Kramer e James Sprenger - investigamos como se constrói o processo discursivo desde o título até a ordem temática sexualidade demoníaca. Para tanto, consideramos as marcas ideológicas do discurso em torno das palavras mulher, bruxa e demônio súcubo. Examinamos também o movimento dos sentidos do co-texto Gênesis (1 - 3), a fim de avaliarmos a instauração de Eva, considerada pela obra a primeira mulher sob a orientação do discurso católico, embora também seja a primeira pecadora. Na sexualidade demoníaca as bruxas copulam com demônios, conduta que as diferenciam do modelo argumentativo Virgem Maria, pois a santa representa na obra a ausência de contato sexual. Por outro lado, as bruxas também não se identificam com a Eva, apesar da inferioridade de ambas estar marcada no corpo lascivo e, por isso, serem inferiores ao homem e profanarem a Deus. O aparato teórico para essa interpretação alicerça-se nos pressupostos da Análise de Discurso de linha francesa, mediante a identificação de formações imaginárias, discursivas e ideológicas, pré-construídos, discursos opacos, etc., e da reordenação de sentidos implícitos, denegados ou opacificados. Nesse ponto da análise surgem fissuras no movimento dos sentidos em razão do constante diálogo da formação ideológica católica com formações discursivas que atribuem características às mulheres, identificando-as com as bruxas e, veladamente, com os demônios súcubos, memórias pertencentes à formação ideológica pagã, ou mais especificamente, ao mito de Lilith. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
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