UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) João Marcos Mateus Kogawa
Titulo Sobre a noção de polifonia em Bakhtin
Orientador(a)
Data 28/02/2008
Resumo O pensamento de M. Bakhtin e seu círculo traz indagações importantes para o campo lingüístico e literário. Os conceitos que formam o universo teórico desse grupo russo permitem investigar diferentes tipos de discursos, especialmente, os discursos artístico e literário. Assim, propomos analisar a constituição do conceito de polifonia – desenvolvido em Problemas da Poética de Dostoievski – como uma categoria estética relacionada à filosofia lingüística (natureza dialógica) de Bakhtin. Analisamos o universo artístico buarqueano – nosso corpus e objeto de exemplificação – e percebemos certa dificuldade em caracterizá-lo como polifônico. Nosso procedimento teórico e metodológico conduz-nos a re-considerar algumas “máximas” teóricas como: “a consciência é polifônica” ou “todo discurso é polifônico”. A polifonia não se caracteriza apenas pela coexistência de várias vozes. Mais que isso, é a forma de coexistência das vozes que permite a Bakhtin concluir que Dostoiévski é um autor polifônico. Nesse sentido, o romance polifônico é um espaço discursivo em que as personagens compõem um conjunto de vozes que dialogam igualmente. Não há sobreposição de uma voz sobre outra, apesar de o autor ser o centro organizador da relação entre as personagens. Acreditamos, portanto, que é possível relativizar o conceito de polifonia a partir da análise de um universo discursivo não-polifônico, ou seja, caracterizamos a polifonia a partir do monológico.

Palavras – chave: Polifonia. Círculo de Bakhtin. Chico Buarque. Monologia. Autor.
Tipo Defesa-Doutorado
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