UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Juliana Bertucci Barbosa
Titulo Tenho feito/fiz a tese: uma proposta de caracterização do pretérito perfeito no português
Orientador(a)
Data 15/02/2008
Resumo Essa pesquisa tem por objetivo um estudo do Pretérito Perfeito Simples (PPS) e do Pretérito Perfeito Composto (PPC) do modo Indicativo do Português. Buscamos (i) testar a hipótese de uma caracterização dessas formas verbais que parta de uma definição semântica abstrata para chegar a uma explicação dos possíveis usos e funções atribuídos às duas formas pretéritas no Português; (ii) realizar um estudo diacrônico em textos escritos do Português Brasileiro (PB), do o século XVI ao XX, procurando verificar se a forma composta nunca teve os mesmos valores semânticos que a forma simples e (iii) identificar semelhanças e/ou diferenças nos usos e funções desses tempos em duas diferentes variedades do português atual (Português Brasileiro e Português Europeu). Pretendemos, por um lado, estabelecer com mais clareza as diretrizes que norteiam as mudanças no sistema verbal do Português Brasileiro (PB) e, por outro lado, na comparação com o Português Europeu (PE) atual, verificar se lá essas formas possuem o mesmo uso e funções, como parece apontar Silva (1998). Além disso, tentamos comprovar que as formas simples e composta do Pretérito Perfeito não se distinguem do ponto de vista temporal, devendo as diferenças serem estabelecidas pelos seus valores aspectuais. Para isso montamos um córpus com textos escritos do PB (século XVI ao XX) e do PE (século XX) e selecionamos as ocorrências do Pretérito Perfeito Composto (PPC) e do Pretérito Perfeito Simples (PPS). O estudo comparativo das ocorrências do PPS e do PPC no PB e no PE demonstrou que não existe diferença significativa no emprego dessas formas verbais, indicando que o essas formas verbais possuem características semelhantes nas duas variedades do português. Por fim, por meio dos resultados do estudo diacrônico pudemos observar que a característica quantificacional do PPC – expressando valores aspectuais de iteração e duração – já estava presente no PB do século XVI; entretanto, nesse período o maior número de ocorrências dessa forma é exprimindo valor perfectivo. Por meio dessa análise também pudemos constatar que a propriedade de expressar exclusivamente perfectivo do PPC diminuiu bruscamente ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX, caindo em desuso no século XX.


Palavras – chave: Tempo. Aspecto. Variação. Mudança Lingüística. Corpus. Português.
Tipo Defesa-Doutorado
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APG 2.0
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