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Aluno(a) |
Ana Beatriz Gonçalves de Assis |
Titulo |
Adaptações fonológicas na pronúncia de estrangeirismos o inglês por falantes de Português Brasileiro |
Orientador(a) |
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Data |
21/05/2007 |
Resumo |
O objetivo principal desta Dissertação de Mestrado é analisar a pronúncia de anglicismos - palavras ou expressões inglesas usadas em outras línguas - por falantes de Português Brasileiro (doravante PB), com vistas à exploração da questão da adaptação destas palavras à língua de chegada, no nível fonológico, para uma posterior discussão da naturalidade de tais palavras ou expressões quando pronunciadas no contexto de PB.
Como córpus, foram considerados anglicismos ainda não adaptados graficamente ao PB. A fonte é uma coletânea de textos extraídos de seções da popular revista Veja, do período de janeiro a junho de 2005. Nesse córpus, 290 diferentes termos foram encontrados, totalizando 1326 ocorrências.
Pediu-se a dois falantes de PB que lessem em voz alta 50 frases selecionadas dentre os artigos considerados. Cada frase selecionada contém um dos 50 anglicismos mais recorrentes no córpus, retiradas dos artigos da revista em questão. A leitura foi gravada, e a partir das gravações foram feitas as transcrições fonética e fonologica da realização dos sujeitos para os anglicismos selecionados. A partir das transcrições realizadas, foi possível fazer análises fonológicas dos padrões fonéticos produzidos em uma perspectiva não-linear, comparando a pronúncia padrão das palavras em Inglês Americano (IA) com as pronúncias produzidas pelos dois sujeitos em PB.
Após essa análise comparativa, foi feito um levantamento dos processos fonológicos utilizados pelos falantes de PB ao pronunciar tais palavras e adaptá-las ao seu sistema fonológico: inserção de vogal epentética /e/ (realizada como [i]) para desfazer onsets complexos e codas simples ou complexas não licenciadas em PB e conseqüente mudança da estrutura silábica da palavra; alteração do posicionamento do acento; vocalização de /l/ em posição de coda; nasalização de vogais seguidas de consoantes nasais; apagamento de consoantes oclusivas em posição de coda no final de palavras; ressilabação de consoantes oclusivas em coda seguidas de sílabas com onset vazio; substituição de segmentos específicos por segmentos do PB de configuração de traços próxima ao segmento na língua de origem.
Conclui-se que os sujeitos utilizam a estrutura fonológica do PB para pronunciar os anglicismos em questão, confirmando o que já foi apresentado em trabalhos anteriores (Freitas, 1992; Freitas; Neiva, 2006). Isso é um indício seguro de que o primeiro nível de adaptação dos estrangeirismos é o fonológico. Posteriores adaptações gráficas vêm comprovar que a adaptação no nível fonológico já está consolidada.
Essa constatação traz consequências para questões de política lingüística, pois as palavras de origem inglesa, ainda que com sua grafia estrangeira, já estão adaptadas à estrutura fonológica do PB. Este sendo o caso, o argumento encontrado em iniciativas governamentais de regular o uso de palavras de origem estrangeira no PB de que as palavras com grafias estrangeiras, no caso inglesa, devem necessariamente ser consideradas estranhas ao sistema do PB é inválido. Na verdade, por causa de sua adaptação fonológica, elas já estão genuinamente integradas ao PB.
Palavras-chave: Adaptações fonético-fonológicas, estrangeirismos, empréstimos, sílaba, processos fonológicos, Português Brasileiro. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
Texto Completo |
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