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Aluno(a) |
Maria Isabel de Moura Brito |
Titulo |
Correção ou atividade parafrástica? |
Orientador(a) |
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Data |
12/12/2003 |
Resumo |
O cotidiano do professor de português é sempre um desafio. Criar as condições para que o processo de ensino e aprendizagem da língua faça sentido para o professor e o aluno, tem levado muitos de nós a buscar compreender cada vez mais o fenômeno lingüístico. No meu caso, a motivação do estudo se deve ao interesse de tornar a correção realizada no texto do aluno um meio de exploração das possibilidades de utilização dos recursos lingüísticos. No entanto, para escapar do forte vínculo que esta prática mantém com o normativismo lingüístico, foi preciso ampliar o conceito de correção. Para isso selecionamos o procedimento de correção que se apresenta sobreposto à expressão do aluno. A adoção do modelo de produção e reconhecimento de significação de A.Culioli nos permitiu propor que esses enunciados (expressão do aluno e correção do professor) estão em uma relação de paráfrase, visto que foram gerados de um mesmo esquema inicial que serve de enunciado primário sobre o qual se pode derivar uma família de paráfrases. O professor recupera por meio das marcas léxico-gramaticais presentes (ou suprimidas) na expressão do aluno o esquema de partida (lexis) e investe sobre o material lingüístico de modo a reconstruir as operações enunciativas em vista do contexto e da situação. A identificação entre a correção e a paráfrase é possível porque ambas resultam de uma atividade sobre a atividade da linguagem, ou seja, de uma atividade metalingüística sobre a atividade epilingüística. Os dados (correções) demonstram que a atividade metalingüística do professor, não é subserviente a uma teoria gramatical precisa; ela se baseia muito mais em sua intuição e sensibilidade com relação ao que lhe parece mais adequado para os objetivos ou estilo de escrita que pretende privilegiar. Abordar todas as questões mencionadas através da Teoria das Operações Enunciativas de A.Culioli é possível porque ela é acima de tudo não preconceituosa. Para Culioli o processo de reconhecimento e produção de formas não oferece nenhuma garantia de que as formas reconhecidas arranjem-se conforme as precedentes, tampouco preconiza a inexistência de mal-entendidos. Nessa atividade o que se tem sempre é uma regulação possibilitada pelos mecanismos que envolvem a linguagem em sua relação com as línguas, neste sentido a correção é a própria constatação da atividade de regulação. |
Tipo |
Defesa-Doutorado |
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