UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Maria Zelma Meneses de Santana Matos
Titulo A expressão do objeto direto anafórico nos falares urbanos itabienses
Orientador(a)
Data 30/03/2005
Resumo Dos processos que estão diferenciando o Português do Brasil do Português Europeu, observam-se, entre outros, os seguintes fenômenos no PB: preenchimento do sujeito; apagamento do objeto direto anafórico; alternância entre nós e a gente; perda da ordem Verbo-Sujeito; o gradativo desaparecimento das concordâncias (de número) nominais e verbais. Assim, alguns estudos (Duarte 1986; Mollica 1996; Omena 1996; Cyrino 1997; Berlinck 1989; Scherre 1996; entre outros) mostram que o português do Brasil (PB) passa por um profundo processo de mudança em relação ao português europeu (PE). No que tange ao âmbito morfossintático, especificamente ao objeto direto anafórico, várias pesquisas (Omena 1978; Pereira 1981; Duarte 1986; Averbug 2000; Benvenutti 2002; entre outras) têm demonstrado que a representação desse fenômeno vem sofrendo algumas alterações as quais não correspondem à norma padrão, tal como prescrita na Gramática Normativa (Cunha,1986). Esta recomenda o uso do clítico acusativo -o (e suas variantes de feminino e plural) para representar o objeto direto anafórico. Porém, o que se verifica no PB é o gradativo desaparecimento do clítico acusativo de terceira pessoa e um crescente uso, por pessoas escolarizadas ou não, do apagamento do objeto direto anafórico. Este trabalho parte do pressuposto de que fatores lingüísticos de natureza morfológica, sintática e semântica, e, extralingüísticos, como sexo, idade e nível de escolaridade são condicionantes da variação lingüística (Labov, 1972). A investigação que se propõe nesta pesquisa adotará como embasamento teórico a abordagem da Sociolingüística Variacionista (Labov 1972, 1982). Neste estudo, investigam-se as formas representativas do objeto direto anafórico com referência específica, como também os fatores lingüísticos e extralingüísticos condicionantes destas variantes, nos falares urbanos itabienses. O corpus constitui-se de 1600 ocorrências de OD anafórico, de trinta e dois moradores da cidade de Itabi-SE. Para cada informante, foram levantadas 50 ocorrências, consecutivas, de OD anafórico, na entrevista. Este estudo foi realizado com o auxílio do programa estatístico VARBRUL. Ao fornecer um retrato das variantes do objeto direto anafórico, usadas pelos falantes urbanos itabienses, espera-se que os resultados obtidos neste estudo tragam contribuições para o desenvolvimento da ciência lingüística em Sergipe e, conseqüentemente, no Brasil.
Tipo Defesa-Mestrado

APG 2.0
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