UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Ana Gabriela Antunes Ribeiro
Titulo O mito dos gigantes na Escandinávia, da Idade Média às narrativas populares do século XIX
Orientador(a)
Data 03/10/2006
Resumo Partindo do pressuposto de que uma série de elementos míticos pré-cristãos sobreviveu, no seio da cultura popular escandinava, da Idade Média até o século XIX, analisamos a relação estabelecida entre a figura mítica dos gigantes – segundo o relato obtido nos poemas eddicos, textos da literatura islandesa cujos manuscritos que nos chegaram datam de a partir do século XIII –, e dos trolls – a partir da leitura de contos populares compilados no século XIX por dois estudiosos noruegueses. A presente dissertação propõs-se a avaliar a existência de elementos míticos reincidentes nos dois períodos históricos, comparando as suas ocorrências e buscando, sobretudo, traçar relações entre as semelhanças e diferenças e o contexto histórico-social no oeste escandinavo ao longo dos séculos. Tendo por instrumento a análise sociológica, abordamos os textos, ambos compostos por material “pré-literário”, como uma forma de chegar às mentalidades camponesas do norte europeu, que, como pudemos constatar, mantiveram elementos míticos antigos presentes em seu imaginário, embora tais elementos tenham sido deslocados do contexto da crença e ressemantizados conforme influências externas. Os antigos gigantes míticos, que atuavam nos processos cosmogônico e escatológico, perderam, dessa forma, a sua importância e caráter elevados, passando a corresponder aos estúpidos vilões dos contos populares. Notamos que, nesse processo, a dicotomia entre bem e mal foi reforçada, sobretudo devido ao intermédio da visão de mundo cristã. Os trolls dos contos populares, que não possuem apenas características dos gigantes, mas que aglutinam também aspectos de outros antigos deuses pagãos, passaram a operar em dois níveis, podendo, por um lado, ser comparados ao diabo – que deve ser vencido pelo riso –, e, por outro, a uma metáfora da opressão senhoril.

Palavras-chave: Literatura islandesa; Idade Média; Vikings; Mitologia; Conto popular; Edda.
Tipo Defesa-Mestrado
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APG 2.0
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