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Aluno(a) |
Alexandre Bonafim Felizardo |
Titulo |
A graça poética do instante: poesia e memória na obra de Rubem Braga |
Orientador(a) |
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Data |
26/04/2006 |
Resumo |
Nas crônicas de Rubem Braga, o tempo e a memória constituem-se o cerne de uma escritura a revelar sempre o instante mágico da epifania. O ato de lembrar faz com que os personagens do autor de O homem rouco escavem o vivido, dele retirando o perene, o instante simbólico de intensa vida e poesia capaz preservar a existência do fluxo voraz do tempo. A busca pelo passado, por um tempo auroral, está intrinsecamente relacionada à elaboração da palavra, ou seja, é a poesia que possibilita descerrar o véu do ocorrido, revelando a plenitude da existência. A memória, assim, torna-se jorro de vida, fluxo de lirismo, propagação da alegria do viver. Lembrar é desnudar o ser memorialista, revelando-lhe a humanidade total, intensa, inteira. Em épocas de desumanização, de violência sem limites contra todas as formas de vida, de massacre do ser humano, de banalização da cultura e da educação, a obra de Braga é uma homenagem ao humano, uma louvação à solidariedade e ao amor. A poesia. portanto, torna-se uma ética, um estilo de vida. Como salienta Arrigucci Jr., Braga possui parentesco com o lirismo humilde de Bandeira, em que o viver, revelado em sua simplicidade total, torna-se matéria de uma escritura em que o poético se funde ao prosaico. Assim, a voz do cronista trava um colóquio com as coisas simples da existência, as árvores, os pássaros, o mar, a cidade, animando-as na graça poética do instante, epifania viva capaz de imprimir o frescor da descoberta sempre renovada às coisas gastas do cotidiano. Portanto, um estudo da obra lírica de Braga é de suma importância, pois representa a afirmação da poesia em tempos de negatividade e banalização da vida.
PALAVRAS-CHAVE: RUBEM BRAGA, MEMÓRIA, POESIA, TEMPO, MITO. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
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