UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Juliana Teresinha Sancho Santos
Titulo A significação atual d’Os Lusíadas e a subversão da épica camoniana
Orientador(a)
Data 14/04/2005
Resumo Esta dissertação pretende demonstrar a atualidade da epopéia Os Lusíadas, tendo como ponto fulcral o estudo do narrador. À luz do instrumental teórico-crítico fornecido por Genette (1995), Berardinelli (2000), podemos dizer que o narrador épico e suas projeções de narradores criam um jogo enunciativo constituído tanto por vozes que exaltam o ideal épico - expresso na celebração das façanhas lusitanas na viagem marítima às Índias -, quanto por vozes que criticam a empresa marítima. Vasco da Gama é o principal desdobramento do narrador a exaltar o ideal épico e compor o mito da nacionalidade portuguesa. Isso é possível com o relato da História de Portugal, em que se insere o episódio "Inês de Castro". Quanto às vozes narrativas que questionam o ideal épico, temos o Velho do Restelo e o Gigante Adamastor. O primeiro narrador-personagem temporário mencionado causa uma cisão na narrativa, o que sugere a ironia expressa na relação entre a afirmação e a negação do ideal épico. Além do mais, após o aparecimento do Velho, há o crescimento de atitudes reflexivas do narrador, o que provoca o deslocamento do gênero épico. Conforme Lukács (2000), toda epopéia não deve conter digressões morais do narrador; para tanto, o modelo épico apresenta, como traços constitutivos: o passado inacessível, a lenda e o tempo dos fatos narrados distanciado do momento da escrita. Portanto, aspectos como a presença da ironia, atitudes intrusivas do narrador, vozes dissonantes provocam a subversão da epopéia Os Lusíadas, tornando-a uma obra com significação atual.
Tipo Defesa-Mestrado

APG 2.0
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