|
|
Aluno(a) |
Lileana Mourão Franco de Sá |
Titulo |
Um manto bakhtiniano cobrindo um Qorpo-Santo: re(ler) a dramaturgia de José Joaquim de Campos Leão (1829-1883) |
Orientador(a) |
|
Data |
31/03/2005 |
Resumo |
Tendo por referenciais teóricos as reflexões variadas de Mikhail Bakhtin, notadamente as referentes ao princípio dialógico, o sentido de leitura elaborado pela análise de discurso de linha francesa e algumas idéias inspiradas na perspectiva semiológica da teórica de teatro Anne Ubersfeld, percorremos a dramaturgia de José Joaquim de Campos Leão, o Qorpo-Santo, com o intuito de promover a compreensão de sua denominada estética dos borrões, divorciada de qualquer pensamento relativo à biografia do autor. Assim, o discurso e suas movências foram pensados e refletidos como o lugar de exercício, de (re)criação e revelação do real. Pudemos compreender que a linguagem pratica sentidos, à medida que ela intervém no real. O corpus selecionado, bem como a representação manauara, demonstrou claramente que as palavras não estão diretamente ligadas aos objetos ou coisas. As palavras não são transparências nem evidências. Cumpre, então, ouvir-se as vozes espalhadas no teatro de Qorpo-Santo: silenciosas, silenciadas, provocativas e autoritárias, desenvolvidas na incompletude. Aventura de muitas vozes e muitas linguagens, a sua dramaturgia convida-nos a revelar, sob o manto bakhtiniano, a resistência de um sujeito que não aceita a coerção. Um sujeito determinado e contraditório, mostrando que não há como vivermos à margem do social, do histórico e do ideológico. O teatro de Qorpo-Santo demonstrou que o espaço do outro não pode ser fechado. |
Tipo |
Defesa-Doutorado |
|
|
|
|