UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) William Fernando de Souza Alves
Titulo "Havia Eru, o Único": O Silmarillion, de J. R. R. Tolkien, e a Simbologia do Sagrado
Orientador(a) Prof. Dr. Aparecido Donizete Rossi
Data 08/05/2024
Resumo RESUMO
A presente pesquisa visou analisar como são utilizados, no “Ainulindalë”, cena cosmogônica – ou seja, mito de criação do mundo, nesse caso ficcional – do autor J. R. R. Tolkien, quatro símbolos, e como estes atuam para que a narrativa participe do conjunto de textos considerados sagrados. Essa análise tenciona responder à pergunta de como o autor sucede nesse intento, e se dará através de uma reflexão arquetípica dos seguintes elementos: o vazio – enquanto estrutura pré-cósmica de caos primal, trevas abismais etc. –, o fogo – enquanto energia criadora e destruidora –, e, conjuntamente, a água e a música – enquanto ferramentas criacionais e hierofânicas. Como cena cosmogônica, o “Ainulindalë” é, em essência, uma narrativa simbólica, e, como tal, nos apoiamos em obras de Mircea Eliade (principalmente O Sagrado e o Profano e Mito e Realidade) e de Ernst Cassirer (Linguagem e Mito); por seu peso arquetípico, são utilizadas as clássicas obras O Homem e seus Símbolos e Arquétipos e o Inconsciente Coletivo, ambas de Carl G. Jung, e Os Arquétipos Literários, de Eleazar M. Meletínski. Seguindo na linha arquetípica, mas relacionando-se mais direta e especificamente com os elementos, utilizaremos as obras de Gaston Bachelard (A Psicanálise do Fogo e A Água e os Sonhos, para falar, respectivamente, como se pode imaginar, dos elementos do fogo e da água) e o Timeu de Platão. Por fim, como fontes de narrativas mitológicas que podem ser comparadas ao “Ainulindalë”, utilizaremos as traduções, para o inglês, das Eddas – de Carolyne Larrington para a Edda Poética e de Jesse Byock para a Edda em prosa – e do Enuma Elish (feita por Wilfred G. Lambert e S. B. Parker); a Bíblia de Jerusalém para a leitura do Bereshit judaicocristão; o livro O Universo, os Deuses, os Homens, de Jean-Pierre Vernant, como fonte de mitologia grega; por fim a tradução para o inglês do Livro dos Mortos egípcio, feita por Raymond O. Faulkner.
Palavras-chave: J. R. R. Tolkien; Cosmogonia; Arquétipos; O Silmarillion.

ABSTRACT
The current research intends to analyze how are four symbols used in “Ainulindalë”, J. R. R. Tolkien’s cosmogony – that being a myth of world creation, in this case of a fictional one –, and how these act in a way that allows this scene to participate in the framework of other works considered sacred. This analysis aims to answer the question of how the author succeeds in this intent, and will be based on archetypical reflection of the following elements: the void – as a pre-cosmic structure of primal chaos, abysmal darkness etc. –, fire – as creative and destructive energy –, and, as jointly, water and music – as creational and hierophanic tools. As a cosmogonical scene, the “Ainulindalë” is, in essence, symbolic, and, as such, we will rely on the works of Mircea Eliade (mainly The Sacred and the Profane and Myth and Reality) and Ernst Cassirer (Language and Myth); due to their archetypal weight, the classic works Man and his Symbols and Archetypes and the Collective Unconscious, both by Carl G. Jung, and The Literary Archetypes, by Eleazar M. Meletínski, will be used. Following the archetypal line, but relating more directly and specifically to the elements, we will use the works of Gaston Bachelard (Psychoanalysis of Fire and Water and Dreams, to speak, respectively, as one can imagine, of the elements of fire and water) and Plato's Timaeus. Finally, as sources of mythological narratives that can be compared to “Ainulindalë”, we will use the translations, into English, of the Eddas – Carolyne Larrington’s for the Poetic Edda and Jesse Byock’s for the prose Edda – and of the Enuma Elish (by Wilfred G. Lambert and S. B. Parker); the Jerusalem Bible for reading the Judeo-Christian Bereshit; the book The Universe, Gods and Men, by Jean-Pierre Vernant, as a source of Greek mythology; finally the english translation of the Egyptian Book of the Dead by Raymond O. Faulkner.
Keywords: J. R. R. Tolkien; Cosmogony; Archetypes; The Silmarillion.
Tipo Defesa-Mestrado
Texto Completo

APG 2.0
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