UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Maria Ester Cacchi
Titulo Transgressão e Redenção: as faces da alteridade em Alceste e em Medeia de Eurípides
Orientador(a) Prof. Dr. Fernando Brandao dos Santos
Data 30/05/2023
Resumo RESUMO
Eurípides é conhecido como o “poeta das paixões”, moderno no sentido absoluto do termo, pois era inovador nos enredos e na performance de suas tragédias se comparado aos seus contemporâneos e predecessores, ao mesmo tempo, é ligado à contemporaneidade de diversas maneiras, inclusive em relação às questões de gênero. Em suas peças, as ações das personagens femininas convencionalmente são mais polêmicas que as protagonistas de Ésquilo ou Sófocles, justamente por isso, revelam aspectos interessantes da sociedade ateniense para além da concepção de justiça divina do primeiro e da solidão presente nos heróis e nas heroínas do segundo autor. Por isso, neste trabalho, vamos analisar como a presença de duas protagonistas de Eurípides (Alceste e Medeia) é importante para a compreensão do conceito de alteridade na construção da democracia ateniense no período anterior à Guerra do Peloponeso (431-404 a.C). Para identificar quem é o “cidadão” e caracterizá-lo como tal, é necessário também estabelecer os limites dessa cidadania, definindo o “outro” em relação a esse status quo: nascido em Atenas/estrangeiro; homem/mulher; livre/escravizado. Seja por meio da piedade de Alceste, que aceita morrer em lugar de seu marido, alcançando uma estatura de “herói trágico”, seja por meio da estrangeira transgressora, que clama por justiça por ter sido ferida em seu thymós, a visão acerca do feminino nos permite entender muito mais profundamente a composição da identidade masculina no contexto também.
Palavras – chave: feminino; transgressão; redenção; alteridade; Eurípides.

RÉSUMÉ
Euripide est connu comme le "poète des passions", moderne dans le sens absolu du terme, car il était innovant dans les intrigues et la performance de ses tragédies par rapport à ses contemporains et prédécesseurs. En même temps, il est lié à la contemporanéité de diverses manières, y compris en ce qui concerne les questions de genre. Dans ses pièces, les actions des personnages féminins sont conventionnellement plus controversées que les protagonistes d'Eschyle ou Sophocle, révélant ainsi des aspects intéressants de la société athénienne au-delà de la conception de la justice divine du premier et de la solitude présente chez les héros et héroïnes du deuxième auteur. C'est pourquoi, dans cette étude, nous analyserons comment la présence de deux protagonistes d'Euripide (Alceste et Médée) est importante pour la compréhension du concept d'altérité dans la construction de la démocratie athénienne avant la guerre du Péloponnèse (431-404 avant J.-C.). Pour identifier qui est le "citoyen" et le caractériser comme tel, il est également nécessaire d'établir les limites de cette citoyenneté, en définissant “l'autre" par rapport à ce statu quo : né à Athènes / étranger ; homme / femme ; libre / esclave. Que ce soit par la pitié d'Alceste, qui accepte de mourir à la place de son mari, atteignant une stature de "héros tragique", ou par l'étrangère transgresseuse, qui réclame justice pour avoir été blessée dans son thymós, la vision du féminin nous permet de comprendre beaucoup plus profondément la composition de l'identité masculine dans le contexte également.
Mots-clés: féminin; transgression; rachat; altérité; Euripide.
Tipo Defesa-Mestrado
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