UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Nayara Carla da Fonseca
Titulo Pirandello entre o dramático e o épico
Orientador(a) Profa. Dra. Renata Soares Junqueira
Data 29/07/2022
Resumo RESUMO
No final do século XIX os homens já mal se relacionavam entre si porque as condições
impostas pelo implacável mundo do trabalho, engendrado pelo sistema capitalista de
produção, não lhes permitiam. Em tal contexto, era preciso buscar novas formas artísticas de
expressão, pois o tempo era outro, a atividade humana havia se modificado e necessitava-se
dizer coisas novas a partir de novas revelações e experimentações. Transitando esse cenário
para a dramaturgia - arte visivelmente ligada às relações humanas -, observa-se que os
elementos do drama clássico foram se perdendo, como a ação, os diálogos, o tempo e o
espaço bem definidos, e as inter-relações entre os personagens, o que se caracterizou como
um cenário de “crise do drama”, segundo o crítico Peter Szondi. Diante desse quadro, alguns
conceitos clássicos deixavam de ser pertinentes, o que acabou refletindo nas denominações
que caracterizavam a forma dramática, como a mimesis e a verossimilhança. Alguns autores
propõem soluções para superar esse contexto de “crise do drama”. No entanto, Luigi
Pirandello, um grande dramaturgo italiano, notou que a arte necessitava de novos modelos de
representação, fazendo uma releitura do modelo dramático e, consequentemente, da mimesis
clássica. Com sua peça “Seis personagens à procura de um autor” (1921), o dramaturgo
modernizará o teatro, sugerindo que a plateia deve aceitar que o drama clássico estava
sofrendo transformações, antes mesmo de Bertolt Brecht propor a quebra da quarta parede
com o seu teatro épico. Visto isso, com este trabalho objetivamos apontar os elementos que
compõem o novo laboratório teatral de Pirandello, a partir das compreensões de épico e
dramático.
Palavras – chave: Teatro épico; Teatro dramático; Verossimilhança; Mimesis; Luigi
Pirandello.

ABSTRACT
At the end of the 19th century, men barely interacted with each other, once the conditions
imposed by the ruthless world of work, engendered by the capitalist system of production, did
not allow them to do so. In such context, it was necessary to seek new artistic forms of
expression since times were different, human activity had changed and there was a need to say
new things from new revelations and experimentations. By transposing this scenario to
dramaturgy – a type of art visibly connected to human relationships –, it is possible to observe
that the elements of classical drama, such as action, dialogues, well-defined time and space,
and interrelationships between characters, had started to weaken, which represented a scenario
of “crisis of drama”, according to critic Peter Szondi. In the face of this context, some
classical concepts ceased to be pertinent, which affected the denominations that characterized
the dramatic form, such as mimesis and verisimilitude. Some authors propose solutions to
overcome this context of “crisis of drama”. However, Luigi Pirandello, a great Italian
playwright, noticed that art needed new representation models, presenting a reinterpretation of
the dramatic model and, consequently, of the classical mimesis. With his play “Six Characters
in Search of an Author” (1921), the playwright modernizes theatre, suggesting that the
audience must accept that classical drama was going through transformations, even before
Bertolt Brecht proposed breaking the fourth wall with his epic theatre. Therefore, with this
work we aim to point out the elements that compose the new theatrical laboratory of
Pirandello, based on understandings of epic and dramatic.
Keywords: Epic theatre; Dramatic text; Verisimilitude; Mimesis; Luigi Pirandello.
Tipo Defesa-Mestrado
Texto Completo

APG 2.0
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