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Aluno(a) |
Andressa Cristina de Oliveira |
Titulo |
O paródico e o poético em Hamlet de Jules Laforgue |
Orientador(a) |
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Data |
19/11/2002 |
Resumo |
Jules Laforgue é um poeta simbolista francês, de origem uruguaia, autor da obras de poesia Le Sanglot de la terre, Les Complaintes, L'imitation de notre-Dame, la lune. Apesar de a maioria dos simbolistas dedicar-se exclusivamente à poesia, Jules Laforgue escreveu Moralités Légendaires, uma singular obra em prosa na qual está incluída a novela "Hamlet ou les suites de la piété filiale", sua releitura de Hamlet, de William Shakespeare. Sua obra é de grande atualidade, pois já no século XIX dedicou-se à paródia, em um momento em que predominavam obras realistas. O poeta fez variações sobre temas conhecidos como "Daphnis et Chloé", "Salomé", "Lohengrin " e "Persée et Andromède". Suas moralidades exploram argumentos que pertencem a um fundo cultural proveniente da Antigüidade greco-latina, cristã ou de um patrimônio nacional, como é o caso de Hamlet. Laforgue parodia uma tragédia shakespeareana do século XVII fazendo jogos de imitação e de translação, ele a transforma em uma novela de cunho paródico e poético Aqui, Hamlet é incompreensível e lunático, mas é mais decidido e pessimista acima de tudo. Esse pessimismo evidencia as influências filosóficas e a ideologia de Laforgue, que faz de Hamlet um autor dramático, um homem de gênio literário, o filho de uma cigana que esquece seu dever sanguinário de vingar a morte de seu pai, pois ele foge com Kate, uma atriz de teatro. O poeta vai mais longe ao retomar os nomes das personagens da Historia Danica do latino Saxo Grammaticus, e ao parodiar a sociedade intelectual francesa de sua época, seus conterrâneos, os decadentistas. Em sua prosa, ele vai além do nível zero de escritura, pois há uma desestruturação da linguagem no nível fônico - por meio de repetições de sonoridades, aliterações, assonâncias e sentimentos, no nível gramatical - o autor emprega tempos verbais que segundo as normas do discurso não podem aparecer juntos, no nível sintático e no nível lógico - com o emprego de adjetivos que provocam surpresa ao serem colocados com nomes aparentemente incompatíveis, que não condizem com o emprego do senso comum. Ele ainda serve-se do mito para animar almas modernas com 'telas antigas', fazendo 'o novo com o velho'. Na medida em que faz sua paródia, ele mostra-nos a influência de suas leituras e de seu conhecimento do texto. Todo esse trabalho inovador e criativo mostra-nos que, mesmo na prosa, Laforgue faz trabalho de poeta moderno, que procura sua originalidade na impressão das imagens, na violação da linguagem e na busca de efeitos fônicos. |
Tipo |
Defesa-Mestrado |
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