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			| Aluno(a) | Andréia Simoni Luiz Antonio |  
			| Titulo | Muito riso, muito siso: a construção de tipos e caricaturas em personagens de Luís Fernando Veríssimo |  
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			| Data | 19/08/2002 |  
			| Resumo | Esta dissertação analisou as personagens: o analista de Bagé, a velhinha de Taubaté e o detetive Ed Mort, estudadas em sua composição "esquemática" (tipos e caricaturas), paródica (Ed Mort) e nos aspectos cômicos e satíricos em comum. Esmiuçando melhor, demonstramos que, com o analista de Bagé, Veríssimo dialoga com as características da psicanálise freudiana ortodoxa (métodos, técnicas, terminologia, etc) para deflagrar o riso, pois a sua personagem caricaturesca leva ao extremo esses e outros traços apontados, tornando-os visíveis para o leitor, além de provocar uma sensação prazerosa de surpresa pela ruptura à gaúcha com as principais "regras" do "modelo" freudiano". Também, por meio da sua criação, o autor desmistifica ludicamente alguns atributos regionais que outrora idealizavam o sul-rio-grandense: telurismo, virilidade, machismo e rudeza. A personagem Ed Mort é uma paródia adaptada ao contexto brasileiro dos detetives americanos Philip Marlowe  e Sam Spade, respectivamente, criações de Raymond Chandler  e Dashiell Hammett. Ed Mort faz rir por sua atuação detetivesca à brasileira e pela transgressão cômica das principais "regras" do gênero policial. Com a velhinha de Taubaté, demonstramos a atuação crítica da sátira à corrupção e aos escândalos políticos, vigentes durante o governo Figueiredo (1979-1985). Como uma "persona" satírica que simula ingenuidade, a personagem serve ao propósito do autor de ironizar vários episódios da História brasileira (casos de corrupção, nepotismo, censura, violência, etc). No entanto, o panorama militar não faz parte apenas da gênese crítica da velhinha de Taubaté, pois o analista de Bagé também ironiza o anseio megalomaníaco pelo poder de políticos da época e o detetive Ed Mort "incorpora" comicamente em sua constituição paródica problemas sócio-econômicos, pertinentes à época de transição do governo Geisel para a presidência Figueiredo (1974-1979). Portanto, ao lado da natureza cômica e "esquemática" em comum, os diálogos da literatura com o período militar também proporcionam unicidade e relação entre as personagens. Desse modo, analisamos, brevemente, essas interações, mediadas pelo universo do riso, que se apropria de fatos, personalidades e situações da História oficial para fazer rir e desnudar os defeitos do militarismo.
 Pelo apresentado, constata-se que mais do que proporcionar diversão, as personagens de Veríssimo revelam a sisudez e os ensinamentos contidos no "cômico-sério".
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			| Tipo | Defesa-Mestrado |  
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