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Aluno(a) |
Annick Marie Belrose |
Titulo |
AS MANIFESTAÇÕES DA CRIOULIDADE NAS OBRAS AUTOBIOGRÁFICAS DE PATRICK CHAMOISEAU |
Orientador(a) |
Profa. Dra. Elizabete Sanches Rocha |
Data |
13/05/2022 |
Resumo |
O gênero autobiográfico, que inclui as diferentes formas de escrita de si, possui uma
longa tradição. Seria, segundo Gusdorf (1980), uma prática própria da cultura do Ocidente,
que expressa uma preocupação peculiar do homem e da mulher ocidentais, isto é, a
reavaliação e a reconstrução da unidade de sua vida através do tempo. Essa preocupação, que
foi útil nas conquistas coloniais, foi transmitida às pessoas de outras culturas através de uma
forma de colonização intelectual, já que, nas culturas não europeias originárias, o indivíduo
não existia fora do grupo e não se opunha aos outros. Com a colonização, portanto, o gênero
se espalhou nas terras colonizadas. No âmbito da literatura das Antilhas Francesas, a
autobiografia não se fez tão presente até os anos 90, do século XX, data a partir da qual se
observou um aumento das publicações de obras com características autobiográficas, e nas
quais alguns autores retratam, principalmente, a sua infância. Todavia, esses escritos
antilhanos parecem contornar as características do gênero elaboradas, sobretudo, pelos
pensadores franceses Georges Gudsdoff e Philippe Lejeune, que o fundamentam e que
permitiram a sua inclusão no sistema literário. Nosso propósito neste estudo é analisar duas
obras autorreferenciais do escritor martinicano Patrick Chamoiseau, defensor da Crioulidade,
para averiguar quais são as transformações sofridas pelo gênero e qual concepção do mesmo
que o autor propõe. Os resultados mostram que, ao crioulizar o gênero autobiográfico
ocidental, Chamoiseau molda um gênero híbrido, mais adequado à identidade crioula, que
decidimos designar sob o nome de conto autobiográfico crioulo.
Palavras-chave: Literatura crioula de expressão francesa. Autobiografia. Discurso literário.
Crioulidade.
Résumé: Le genre autobiographique, qui comprend les différentes formes d'écriture de soi, a
une longue tradition. Selon Gusdorf (1980), il s'agirait d'une pratique typique de la culture
occidentale qui exprimerait une préoccupation particulière de l'homme occidental, à savoir la
réévaluation et la reconstruction de l'unité de sa vie à travers le temps. Cette préoccupation
utile aux conquêtes coloniales, a été transmise aux hommes de d’autres cultures à travers une
forme de colonisation intellectuelle, car dans les cultures d’origine non européennes,
l'individu n'existait pas en dehors du groupe et ne s'opposait pas aux autres. Avec la
colonisation, donc, le genre s'est répandu dans les terres colonisées. Au sein de la littérature
antillaise française, le genre était peu répandu jusque dans les années 1990, date à partir de
laquelle, on a pu observer une augmentation des publications d'ouvrages à caractère
autobiographique, et dans lesquels certains auteurs dépeignent principalement leur enfance.
Cependant, ces écrits antillais semblent contourner les caractéristiques du genre, élaborées
principalement par les penseurs français Georges Gudsdoff et Philippe Lejeune, qui fondèrent
le genre et qui permirent son inclusion dans le système littéraire. Notre propos dans cette
étude sera d'analyser deux œuvres autoréférentielles de l'écrivain martiniquais Patrick
Chamoiseau, défenseur de la Créolité, afin de découvrir les transformations subies par le
genre et quelle en est la conception que propose l'auteur. Les résultats montrent qu’en
créolisant le genre autobiographique occidental, l’auteur façonne un genre hybride, mieux
adapté à l’identité créole, que nous avons pris le parti de designer sous le nom de conte
autobiographique créole.
Mots-clés: Littéature créole d’expression française. Autobiographie. Discours littéraire.
Créolité. |
Tipo |
Defesa-Doutorado |
Texto Completo |
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