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Aluno(a) |
Maria do Perpétuo Socorro Calixto Marques |
Titulo |
Revisitando a história das barrancas do rio: o palco acreano |
Orientador(a) |
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Data |
28/05/2002 |
Resumo |
A produção teatral da maioria dos grupos da cidade de Rio Branco durante os anos de 1975 a 1988, principalmente, apresenta uma unidade discursiva em relação à imagem da vida do homem amazônida, materializando-se em formas diversas próprias da cultura popular e, mais especificamente, das manifestações de teatro de agitação e propaganda- agit-prop-realizadas em outros centros culturais do Brasil e da extinta União Soviética. A vida cultural na cidade, especialmente o teatro, nesse período de treze anos, construiu, paulatinamente, um discurso de resistência política, ante as conseqüências sociais engendradas pela nova forma de economia: a agropecuária. Além da apresentação do registro das condições de possibilidades que sedimentaram o surgimento das troupes acreanas, analisamos cinco peças de autores e grupos diversos desse período: Sentindo na Pele, de José Marques de Souza, encenada pelo grupo De Olho na Coisa; Vila Beira do Barranco, de Antônio Manoel, encenada pelo Semente; Viva o Rio Branco Total Radiante, de Henrique Silvestre, pela troupe circense do Cirkistilo, Baixa da Égua, produção coletiva do grupo Testa, e Tributo a Chico Mendes, de João das Neves, montada pelo Poronga. Nas análises, além da busca da materialidade ficcional, focalizamos a construção dos efeitos de sentido que tecem a regularidade do fio discursivo. Na ausência de um texto completo do autor e diretor Betho Rocha, a pesquisa dedica um de seus capítulos à trajetória de seus trabalhos no cenário acreano, seguindo o compasso de sua delimitação- o teatro de intervenção. O instrumental teórico utilizado tanto nos capítulos de documentação discursiva como nas análises das peças vale-se de conceitos da Análise do Discurso de vertente bakhtiniana e de contribuições de analistas da teoria do drama que enfocam manifestações teatrais nas quais emerge um eu coletivo que se manifesta não só como porta voz de um lugar institucionalizado, mas também como uma voz política. Assim, este estudo mantém um diálogo, no sentido bakhtiniano, com estudiosos do texto teatral que consideram as circunstâncias de produção, a exemplo daqueles que observam a história social do teatro, a inserção da narrativa e a desintegração do diálogo, além da inclusão do leitor-espectador. Adotando essa perspectiva teórico-metodológica, esta pesquisa se assenta nas concepções discursivas do teatro épico pré e pós Berthold Brecht (1898-1956) e nas leituras e adaptações que Augusto Boal faz dos apontamentos brechtianos em seu Teatro do Oprimido. |
Tipo |
Defesa-Doutorado |
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