UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Renan Augusto Barili
Titulo ASTRONOMIA, DE MÁRIO CLÁUDIO: AUTOFICÇÃO, HOMOEROTISMO E MULTIPLICIDADE.
Orientador(a) Prof Dr Jorge Vicente Valentim
Data 30/04/2021
Resumo Resumo: Astronomia (2015), de Mário Cláudio, fabula a trajetória do escritor português
contemporâneo, constituindo-se numa versão ficcional de sua história de vida. Por isso, para a
presente análise da obra do autor, é imprescindível partir da categorização genológica da
autoficção biográfica, termologia surgida dos estudos pós-Doubrovsky, considerado o
pioneiro do gênero autoficção, e que coincide com as principais características e marcas
estéticas do texto em foco. Com nítidas consonâncias com uma poética do pós-modernismo, o
romance Astronomia pode ser lido a partir das principais ênfases da construção literária, tal
como postulada por Ítalo Calvino, em Seis Propostas Para o Próximo Milênio (2016),
sobretudo o conceito de “multiplicidade”. Assim, a ideia centra-se na análise do romance
Astronomia, como uma autoficção da homossexualidade em Portugal, onde se evidenciam a
repressão, a violência e a quase obrigatoriedade de se manter as “sexualidades periféricas” no
armário durante a ditadura do Estado Novo de Salazar, momento que corresponde com a
infância, a adolescência e o início da vida adulta do protagonista. Para além desse tempo
político ditatorial, há um enfoque na era pós-Revolução dos Cravos (1974), enquanto tempo
demarcado pela consolidação da liberdade de expressão das subjetividades sexuais que se
afastam da heteronormatividade. A proposta, portanto, constitui uma leitura do romance
Astronomia como uma autoficção biográfica, onde também se observa uma resistência da
homossexualidade diante do quadro de repressão em Portugal, focando, desde os anos iniciais
e das primeiras impressões da homossexualidade do protagonista, até se chegar à atualidade,
possibilitando, assim, refletir sobre a questão da homofobia e do direito de existência de todos
aqueles que desafiam a normatividade e ousam dizer o nome do seu amor.
Palavras-chave: Autoficção. Homoerotismo. Multiplicidade. Ficção portuguesa
contemporânea. Mário Cláudio.

Resumen: Astronomia (2015), de Mário Cláudio, fábula la trayectoria del escritor portugués
contemporáneo, constituyendo una versión ficticia de la historia de su vida. Por tanto, para el
presente análisis de la obra del escritor portugués, es imprescindible partir de la
categorización geológica de la autoficción biográfica, termología surgida de los estudios post-
Doubrovsky, considerada pionera del género de la autoficción, y que coincide con las
principales características y marcas estéticas del texto. Con claras consonancias con una
poética posmodernista, la novela Astronomia se puede leer desde los principales énfasis de la
construcción literaria, como postula Ítalo Calvino, en Seis propostas para o próximo milênio
(2016), especialmente el concepto de “multiplicidad”. Así, la idea se centra en el análisis de la
novela Astronomia, como una autoficción de la homosexualidad en Portugal, donde la
represión, la violencia y la casi obligatoriedad de mantener en el armario las “sexualidades
periféricas” durante la dictadura del Estado Novo de Salazar, momento que corresponde a la
infancia, adolescencia y adultez temprana del protagonista. Además de esta época política
dictatorial, hay un foco en la era post-Revolución de los Claveles (1974), como época
marcada por la consolidación de la libertad de expresión de subjetividades sexuales que se
alejaron de la heteronormatividad. La propuesta, por tanto, constituye una lectura de la novela
Astronomia como una autoficción biográfica, donde también hay una resistencia de la
homosexualidad frente a la represión en Portugal, centrándose, desde los primeros años, en las
primeras impresiones de la homosexualidad del protagonista, hasta la actualidad, permitiendo,
así, reflexionar sobre el tema de la homofobia y de lo derecho a la existencia de todos
aquellos que desafían la normatividad y se atreven a decir el nombre de su amor.
Palabras-clave: Auto-ficción. Homoerotismo. Multiplicidad. Ficción portuguesa
contemporánea. Mário Cláudio.
Tipo Defesa-Mestrado
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APG 2.0
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